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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Produção de trator tem alento em abril, mas acumula baixa de 46% no ano

    06/05/2016 02h00

    Mark Hirsch/AFP
    Trator trabalha em plantio de milho; indústria teve mês atípico em abril no país
    Trator trabalha em plantio de milho; indústria teve mês atípico em abril no país

    A indústria de máquinas agrícolas viveu um período atípico no mês passado. A produção de tratores somou 3.257 unidades, aumento de 63% em relação a março.

    Apesar dessa evolução em abril, o desempenho do setor continua muito fraco em relação ao dos anos anteriores.

    De janeiro a abril, as indústrias produziram 8.739 tratores, 46% a menos do que em igual período de 2015.

    Com um cenário econômico pouco atraente, as indústrias paralisaram as atividades em meados de dezembro e só voltaram com mais ímpeto a partir da segunda quinzena de março.

    Nesse período, deram férias coletivas e utilizaram o banco de horas dos funcionários.

    Além disso, é um período de sazonalidade. As indústrias dão prioridade à produção de colheitadeiras no primeiro trimestre e retornam à de tratores a partir de abril.

    Os números mostram isso. A produção de colheitadeiras recuou para apenas 124 unidades no mês passado, 66% menos do que em março.

    No acumulado do ano, a produção soma 1.022 unidades, 33% menos do que de janeiro a abril do ano passado.

    Assim como as indústrias pisaram no freio na produção, os produtores também reduziram as compras, embora o cenário para preços não tenha se corroído como se imaginava nesses primeiros meses do ano.

    A elevação dos custos inibe, no entanto, investimentos que não sejam ligados diretamente à produção.

    As vendas de tratores subiram 15% no mês passado, mas ainda registram queda de 42% no acumulado do ano, ante igual período do ano passado.

    Já a venda de colheitadeiras caiu para 1.091 unidades no ano, um recuo de 21% em relação a janeiro-abril de 2015.

    NOTAS
     
    Milho A produção de milho safrinha deve recuar para 46,1 milhões de toneladas na região centro-sul, segundo estimativa da AgRural.

    Queda Esse volume indica forte queda em relação aos 51,6 milhões de toneladas estimadas no início de abril. Já a produção total brasileira cai de 54,6 milhões de toneladas para 48,9 milhões.

    Causas A estiagem e o calor intenso no mês passado foram os responsáveis por um desempenho pior da safra do cereal do que se imaginava há algumas semanas.

    Alimentos O custo dos alimentos subiu 0,7% no mês passado, em relação a março, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). É o terceiro mês seguido de elevação.
     
    Setores Carnes, cereais e óleos tiveram aumento no período. Já leite e açúcar perderam preço, segundo a FAO. Nos últimos 12 meses, o índice médio de acompanhamento de preços dos alimentos aponta retração de 10%.

    Açúcar Após ter atingido o maior preço desde outubro 2014 na quarta-feira (4), o contrato de julho do açúcar recuou 4,9% nesta quinta (5), para 15,84 centavos de dólar por libra-peso. O avanço da safra brasileira auxilia a queda.

    Chicago As principais commodities agrícolas negociadas na Bolsa tiveram queda nesta quinta-feira (5). Soja e trigo registraram as principais reduções no dia. A oleaginosa caiu 2%; e o cereal, 1,6%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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