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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Laranja tem pior rendimento da história, segundo associação do setor

    17/05/2016 02h00 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Edson Silva - 29.jul.2012/Folhapress
    Operários na linha de produção da indústria de suco de laranja Cutrale, em Araraquara (SP)
    Operários na linha de produção da indústria de suco de laranja Cutrale, em Araraquara (SP)

    A indústria de suco encerra a safra 2015/16 com números para serem esquecidos. O processamento da laranja teve o pior rendimento na história, segundo a CitrusBr (associação do setor).

    Para a obtenção de uma tonelada de suco concentrado, a indústria utilizou 302,2 caixas de laranja de 40,8 quilos, 25,8% mais do que na safra anterior.

    A queda fez as empresas produzirem 223 mil toneladas a menos de suco, perdendo R$ 1,1 bilhão, segundo elas.

    E esse cenário complicado pode ser um espelho do que vem pela frente. Nas últimas cinco safras, a indústria utilizou, em média, 271 caixas para a obtenção de uma tonelada de suco, volume 12% superior ao das cinco safras imediatamente anteriores.

    Pior ainda quando os dados dos últimos cinco anos são comparados com os das safras de 2001/2 a 2005/6. A indústria está utilizando atualmente 17% mais laranja do que naquele período.

    Dois fatores explicam essa exigência de um volume maior de laranja: o clima e a mudança dos pomares para novas áreas, segundo Ibiapaba Netto, do CitrusBr.

    Enquanto o clima adverso trava a produtividade, o novo perfil dos pomares –em regiões mais ao sul de São Paulo– produz uma laranja com mais água.

    O rendimento da fruta brasileira começa a se aproximar do da Flórida, que é de 213 caixas por tonelada de suco.

    A diferença, segundo Ibiapaba, é que nos Estados Unidos o pagamento da laranja é por sólido solúvel, ou seja, desconta-se a taxa de água. No Brasil, o pagamento é por peso. Em tempos de mau rendimento da laranja, "a indústria leva a penalidade para dentro dos muros", diz ele.

    Uma outra má notícia para a citricultura é que a indústria de refrigerante diminui a participação do suco no produto. Além disso, o suco de laranja disputa com o de maçã, que ganha terreno.

    Em 2014, o consumo de suco foi de 58 mil toneladas. Em 2015, caiu para 35 mil.

    A CitrusBr informou ainda que a produção de suco deverá ser de 865 mil toneladas na safra 2015/16. Já os estoques finais da safra recuam para 333 mil toneladas, ante 510 mil em junho de 2015.

    Arroz As exportações do cereal atingiram US$ 108,2 milhões neste primeiro quadrimestre, 11% mais do que em igual período de 2015. Os dados são da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz).

    Porto O Tecon Salvador teve alta de 11% no movimento do primeiro quadrimestre deste ano, ante igual período de 2015. O aumento se deve a uma boa evolução das exportações, segundo um dirigente do grupo Wilson Sons, que possui a licença para operar o terminal de contêineres de Salvador.

    VALOR DA AGROPECUÁRIA TERÁ QUEDA

    Após seis anos de crescimento, o VBP (Valor Bruto da Produção) brasileira deverá cair. Os números atuais indicam que o valor será de R$ 508 bilhões, após ter atingido R$ 516 bilhões em 2015.

    A pecuária é o principal motivo da queda, ao registrar um recuo de 4% nesta safra. Todos os segmentos do setor caíram, com destaque para suínos e leite, cujas quedas são de 11% no ano.

    Dados da SPA (Secretaria de Política Agrícola), do Ministério da Agricultura, indicam que, no setor de lavouras, preços e produção maior mantiveram estabilidade média da renda. O VBP do setor deve atingir R$ 333 bilhões, um recuo de apenas 0,2%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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