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    Vaivém - Mauro Zafalon

    MT quer avançar na participação nacional de vendas de carne bovina

    17/06/2016 02h00

    Mauro Zafalon - 10.jul.2015/Folhapress
    Bois em confinamento em fazenda Rio do Sangue, no Mato Grosso
    Bois em confinamento em fazenda Rio do Sangue, no Mato Grosso

    Mato Grosso, o Estado detentor do maior rebanho comercial do Brasil, quer aumentar a participação nas vendas internas e externas de carne bovina.

    Para obter esse objetivo, criou o Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne), uma ferramenta para elevar a qualidade da carne do Estado.

    "O Imac é um instituto privado que não faz parte da administração estadual. O Estado, no entanto, é membro", diz Luciano Vacari, presidente do Imac.

    O instituto tem um conselho deliberativo com cinco cadeiras. Além do representante do Estado, ocupam os demais postos dois representantes dos produtores e dois do Sindifrio/MT.

    "Há uma participação mínima do Estado, que serve como facilitador para o desenvolvimento do instituto", diz Vacari.

    Para que Mato Grosso obtenha uma carne de melhor qualidade, produtores e indústrias são submetidos a algumas exigências.

    O animal tem de apresentar uma rastreabilidade do produtor ao consumidor. Além disso, o gado tem de ter saído de propriedades comprometidas com as legislações ambientais e trabalhistas, diz Vacari.

    Um outro imperativo para a participação do produtor é que a sua fazenda deverá estar registrada no CAR (Cadastro Ambiental Rural).

    Já o frigorífico que aderir ao Imac terá de admitir a pesagem do gado feita pelo instituto.

    A pesagem é feita em quatro passos, com o animal vivo e individualmente. Em seguida é feita a pesagem após a evisceração e, em seguida, depois da limpeza da carcaça Ðquando se afere o peso para o pagamento ao produtor.

    Finalmente é feita uma quarta pesagem nas mesmas condições da anterior. "Essa última pesagem é uma questão de segurança", diz Vacari.

    Dentro desse sistema, a balança do frigorífico será desativada, ficando a pesagem como responsabilidade do Imac.

    O instituto, que guarda semelhanças ao Inac do Uruguai, já está em teste em um frigorífico Marfrig, em Tangará da Serra.

    No futuro, a operação de pesagem vai gerar um arquivo, que poderá ser acessado pelo produtor.

    O novo sistema vai permitir tanto à indústria como ao produtor ter um histórico dos abates e das condições de rendimentos, afirma Vacari.

    BANCOS PODEM PARTICIPAR MAIS DE SISTEMA AGROPECUÁRIO

    Uma das diferenças de produção entre Brasil e Estados são as vantagens do custo do capital deles.

    No Brasil, os bancos ainda não foram capazes de alavancar esse setor como deveriam. Os bancos são ausentes estruturalmente, com participação pequena em relação ao potencial que o setor tem.

    A avaliação é de Sérgio Rial, presidente-executivo do banco Santander.

    Mas esse aumento de participação dos bancos no setor precisaria de uma desregulamentação.

    Os subsídios não deveriam ser para os juros, mas para aprimorar sistemas de apoio à produção, seguro agrícola e garantia de preços.

    Rial diz que as taxas de juros vão caminhar para um dígito em médio prazo, e a inflação vai convergir para a meta.

    Um setor desregulamentado traria mais competição e maior participação dos bancos na agricultura, segundo ele.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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