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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Agronegócio deveria agir mais integrado, diz associação

    26/07/2016 02h00

    O mundo poderá viver uma nova onda positiva de preços das commodities agrícolas, acompanhada de uma melhora também nos preços do petróleo.

    Como o Brasil está na lista dos principais mercados produtores de grãos –e com boa expectativa no setor de produção de petróleo–, deverá ser visto como ponto atraente para o capital estrangeiro.

    Taxas negativas de juros na maior parte do mundo e queda nos preços dos ativos dão boas oportunidades para fundos de investimentos no país.

    A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio).

    Ele adverte, no entanto, que há muito a fazer quando se trata de governança e lideranças no agronegócio.

    PECUÁRIA - Oferta de boi volta a subir em MT

    É necessária uma revisão do modelo atual. O setor tem de pensar e agir mais como cadeia, e não buscar soluções específicas e isoladas de produto a produto.

    O agronegócio tem de ser protagonista nos momentos mais críticos da economia, discutindo reformas, como a tributária e a trabalhista, essenciais para o desenvolvimento do setor.

    Para Carvalho, deveria haver um equilíbrio entre agricultura e indústria. Não adianta tirar imposto de um produto e jogá-lo para outro, avalia.

    CUSTO BRASIL

    Condições tributárias e trabalhistas mais eficientes reduziriam o custo Brasil e tornariam o país mais competitivo, afirma Carvalho.

    A agricultura mundial chegou ao limite de exploração em várias áreas do planeta. Mesmo assim, aumenta a necessidade de fontes de energia renovável vindas da agricultura, elevando a oportunidade do Brasil, segundo o presidente da Abag.

    Há uma limitação dos recursos. Mas alguns países, como os da África, sofrem ainda mais do que o Brasil.

    Para buscar uma revisão desse modelo atual de lideranças agropecuárias no país, a Abag fará uma série de discussões em um congresso na segunda semana de agosto, em São Paulo.

    OFERTA DE BOIS CRESCE, MAS MENOS DO QUE SE ESPERAVA

    Após ter atingido o menor patamar em 2015, o estoque de bois aumentará nos próximos anos, mas em ritmo menor do que se previa.

    A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) e o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam estoque de machos de 3,96 milhões neste ano e de 4,01 milhões em 2017. Para 2018, são até 4,49 milhões. A estatística considera estoque os animais machos com mais de 24 meses.

    A alta de oferta poderá dar um viés de baixa nos preços. Isso porque o cenário da demanda interna é incerto, principalmente se persistir o ritmo baixo da economia.

    Até 75% da carne de Mato Grosso fica no mercado interno. Mas uma reativação da economia segurará o preço.

    *

    Fidelização A vinícola Salton lança um projeto de fidelização de fornecedores. A empresa quer parceria com produtores de uvas, visando a sustentabilidade das partes envolvidas na produção.

    Piloto O projeto-piloto terá participarão de 40 produtores. Eles devem ter entregue uva para a vinícola nas últimas cinco safras, ter 70% da produção total de variedades de interesse da Salton e fazer manejo seguindo as orientações técnicas da empresa.

    Contrapartida Para os que aderirem, a Salton dará acompanhamento técnico, garantia de compra de uvas por um mínimo de dez anos, suporte para redesenho dos vinhedos, adequação de variedades e preço mínimo.

    Moratória Em dez anos, a moratória da soja fez o desmatamento cair 86%. A experiência deveria ser replicada em outras culturas, diz Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia, do Greenpeace.

    Acordo A moratória é um acordo de mercado, em que os maiores comercializadores do produto no mundo não compram soja que tenha origem em desmatamentos.

    Soja As exportações de julho se mantêm aquecidas. Devem deixar os portos brasileiros pelo menos 6 milhões de toneladas da oleaginosa neste mês, tomando como base as exportações já realizadas.

    Açúcar As exportações brasileiras de açúcar atingem uma média de 115 mil toneladas por dia útil neste mês, 35% mais do que em igual período de 2015. As receitas sobem 54%.

    Deficit Devido a limitações de produção em outros países, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, da Abag, estima que a oferta será menor que a demanda em pelo menos cinco anos.

    Etanol As exportações de álcool deverão atingir 240 milhões de litros neste mês, 12% mais do que o exportado em julho do ano passado.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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