• Colunistas

    Thursday, 02-May-2024 06:50:45 -03
    Vaivém - Mauro Zafalon

    Agricultura ameniza crise da indústria de máquinas de construção

    31/08/2016 02h00

    Ruy Baron/Valor
    Plantio de soja em Primavera do Leste (MT)
    Plantio de soja em Primavera do Leste (MT)

    A desaceleração econômica, somada à Operação Lava Jato, que afetou duramente as grandes construtoras, provocou uma forte redução na produção e vendas de máquinas para o setor de construção.

    A agricultura acabou salvando o setor —ou pelo menos impedindo uma queda ainda maior nas atividades dessa indústria.

    No ano passado, as vendas de máquinas para construção caíram para 11,5 mil unidades, 58% menos do que em 2014. No mesmo período, a participação das vendas desses equipamentos para a utilização na agricultura subiu de 10% para 30%, de acordo com Maurício Moraes, da Case Construção.

    Segundo ele, as especificidades das máquinas de construção adaptadas também para as atividades agropecuárias estão fazendo o setor agrícola participar mais das vendas da indústria de equipamentos de construção.

    A evolução tecnológica da atividade agropecuária começa a exigir cada vez mais operações integradas de infraestrutura e manejo agrícola. Muitos produtores, tradicionais em apenas um setor, começam a diversificar suas atividades e a fazer uma integração lavoura-floresta-pecuária.

    Essa integração exige uma estrutura diferente das atuais nas fazendas. Um proprietário voltado apenas para a pecuária, e que opta pela integração, terá de adquirir máquinas novas, que vão desde motoniveladoras para a correção de estradas a retroescavadeiras.

    Moraes diz que as máquinas antes utilizadas em construção chegam cada vez mais à atividade agrícola, inclusive de pequenos produtores. Entre elas, ele cita tratores de esteiras, pás carregadeiras e cavadeiras hidráulicas.

    Para o executivo da Case, os pequenos produtores já utilizam esses equipamentos em atividades de carregamento de insumos, limpeza e para serviços gerais.

    O avanço das vendas de máquinas destinadas inicialmente à construção se deve, em parte, à maior acessibilidade dos produtores aos financiamentos públicos. Eles têm a opção das modalidades do Finame agrícola e Pronamp. Esse programas facilitam na taxa, na carência e no prazo de pagamento.

    Além disso, a sazonalidade permite ao produtor pagamentos semestrais, diferentemente do Finame tradicional, em que os pagamentos são mensais.

    Moraes afirmou nesta terça-feira (30), durante a Expointer (exposição de máquinas e animais em Esteio-RS), que, após a forte queda de vendas no ano passado, o setor de máquinas de construção começa a melhorar neste segundo semestre.

    "É possível que haja um empate em relação às vendas de 2015, que ficaram em 11,5 mil unidades", diz ele.

    *

    Insolvência: A crise econômica não é tão dura com os agricultores como em outros setores. Mas, mesmo assim, aumenta a insolvência no setor.

    Acima de 30 dias: Carlo Alberto Sisto, presidente do banco CNH Industrial, diz que a insolvência vem aumentando e está hoje entre 5% e 8%. Esse percentual considera produtores que não efetuaram pagamentos de dívidas vencidas com mais de 30 dias.

    O jornalista viajou a Esteio (RS) a convite da CNH Industrial.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024