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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Brasil importa mais adubo, mas gasta menos com a compra

    09/09/2016 02h00

    Long Hongtao/Associated Press/Xinhua
    ORG XMIT: 451901_1.tif Trabalhadores rurais colhem chá em plantação de Guzhang, na China. Workers pick tea leaves at a plantation in Guzhang County in central China's Hunan Province, Monday, May 28, 2001. (AP Photo/Xinhua, Long Hongtao)
    Trabalhadores em plantação em Guzhang, na China; país tem demanda aquecida de adubo

    O Brasil importou mais adubo e gastou menos neste ano. O volume de importações somou 14,9 milhões de toneladas, 25% mais do que em igual período do ano passado.

    Se comparado a igual período de 2014 –no ano passado, foi de demanda menor–, o volume deste ano apresenta queda de 4%.

    O custo das importações nos oito primeiros meses atingiu US$ 3,9 bilhões, o menor em sete anos, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

    Os gastos menores das empresas do setor ocorrem devido à queda internacional dos preços dos fertilizantes, segundo Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da AMA-Brasil (Associação dos Misturadores de Adubos).

    As importações aceleradas seguem o ritmo intenso das entregas de adubos para os produtores. De janeiro a agosto, houve uma alta de 12% em relação a igual período do ano passado.

    Se persistir essa demanda, as entregas de fertilizantes deste ano poderão atingir o volume recorde de 2014, quando as indústrias forneceram 32 milhões de toneladas de adubos para os produtores.

    O desempenho das entregas nos próximos meses vai depender também do plantio no segundo semestre. A supersafra de grãos nos Estados Unidos pode empurrar os preços ainda mais para baixo.

    A demanda mundial aquecida, principalmente por parte da China, poderá, no entanto, segurar o ritmo das quedas.

    O consumo de adubos resultará, em parte, da leitura dos produtores sobre esses sinais da demanda mundial.

    Ao contrário dos anos anteriores, o segundo semestre deste ano volta a concentrar mais as entregas de fertilizantes. A divisão deverá ser de 35% para o primeiro e 65% para o segundo, segundo Florence.

    As entregas totais de fertilizantes somaram 30,2 milhões de toneladas no ano passado, segundo dados da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).

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    Sem Rússia A União Europeia encontrou mercado para a carne suína que ia para a Rússia, o principal mercado dos europeus há dois anos. Os chineses importaram 985 mil toneladas de janeiro a junho, conforme dados desta quinta-feira (8) da UE. Esse volume supera em 115% o de igual período de 2015.

    Com Rússia Se os russos voltarem a importar da UE, os europeus poderão não ter carne suficiente para todos os mercados que conseguiram nos últimos anos. As compras russas superavam 700 mil toneladas por ano antes do bloqueio ao produto da Europa devido às questões políticas na Ucrânia.

    Mundo asiático Os cinco principais importadores de carne suína da UE são da Ásia. Juntos ficam com 76% das exportações europeias.

    Safra de soja A produção brasileira da oleaginosa deverá atingir 103 milhões de toneladas na safra 2016/17. Os dados são da Reuters, com base na compilação de informações de 12 consultorias.

    Clima favorável A safra que começa a ser semeada provavelmente não terá os problemas climáticos deste ano, que reduziram a produção para 95,4 milhões de toneladas. A área a ser semeada será de 33,7 milhões de hectares.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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