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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Preço favorece plantio de feijão e oferta vai crescer em novembro

    28/09/2016 02h00

    Lalo de Almeida/Folhapress
    MATEIROS,TO. 12/05/2015. Plantacao de feijao na Fazenda Recanto no municipio de Mateiros, regiao do Jalapao. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress TRAINEES ) ***EXCLUSIVO***
    Plantação de feijão no município de Mateiros, região do Jalapão (TO)

    Após um período de reduzida oferta de feijão e de forte aceleração nos preços, a leguminosa chegará em maior volume para os consumidores a partir da segunda quinzena de novembro.

    O preço elevado, que chegou a bater R$ 600 por saca no momento mais crítico da oferta, já está acomodado entre R$ 300 e R$ 350, dependendo do tipo e da qualidade do produto.

    Essa a avaliação de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba. A queda dos preços se deu não tanto pela recuperação de oferta, mas por uma acomodação da demanda aos valores mais elevados do produto.

    Um dos efeitos dessa elevação de preços é que os produtores elevaram a área plantada neste verão, o que dá a possibilidade de uma reposição de oferta no final do ano.

    Produção maior e a tradicional demanda reduzida de feijão em dezembro farão com que os preços recuem ainda mais para os consumidores, pressionando menos a inflação.

    O consumidor, que chegou a pagar R$ 20 pelo quilo de feijão nos supermercados, paga atualmente de R$ 9 a R$ 12, segundo o analista.

    "Nas próximas semanas, o feijão não tem mais espaço para subir, devido à demanda que recuou, mas também não tem espaço para cair, devido à baixa oferta", diz Brandalizze.

    O mercado está sendo abastecido por produto vindo de regiões próximas ao Distrito Federal. A partir de novembro, chega ao mercado produto em maior quantidade e vindo de regiões tradicionais de produção no período de verão, como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

    Quando a oferta desses Estados escassear, a partir do início do próximo ano, é a vez de os produtores mineiros elevarem a oferta com o produto vindo da chamada "safra das águas".

    Brandalizze afirma, no entanto, que o clima ainda preocupa. O feijão se encontra em várias fases de desenvolvimento, e um frio intenso ou um calor extremo pode prejudicar a leguminosa.

    *

    Lá, como aqui A Argentina também vive momentos difíceis para cobrir o deficit nas contas do governo. Pode sobrar para o produtor rural.

    Impostos Ainda em campanha, o presidente Mauricio Macri prometeu uma retirada dos impostos sobre as exportações dos produtos agrícolas. Retirou de milho, trigo e de outros, mas programou uma retirada escalonada para a soja.

    Pode adiar Por ser um importante produto da pauta de exportação do país, e gerar muitas divisas, o governo pode postergar a retirada de mais cinco pontos percentuais do imposto colocado sobre a oleaginosa.

    Pé de guerra O imposto de exportação da soja deveria recuar para 25% na safra 2016/17. Caso não recue, os produtores prometem reação.

    Soja convencional Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, deverá ter pelo menos 10% de sua área destinada à oleaginosa semeada com soja convencional. Apesar do avanço da soja transgênica, a convencional se mantém devido ao Programa Soja Livre, criado em 2010 pela Embrapa e pela Aprosoja.

    Opções As vantagens da soja convencional, segundo Nery Ribas, da Aprosoja, são que os produtores não ficam reféns de uma tecnologia, há um prêmio pelo produto, há uma redução de plantas daninhas nas lavouras e um nicho importante de mercado.

    Manter mercado O programa de Soja Livre é importante, segundo Rodrigo Brogim, da Embrapa, porque ajuda a manter esse mercado e, principalmente, apresenta opção de negócio para o produtor.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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