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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Exportação de gado vivo no Pará diminui pressão sobre desmatamento

    29/09/2016 02h00

    Pierre Duarte/Folhapress
    Colina, SP. 06/01/2016 - Boi 777. Nova forma de criação de gado permite engorda mais rápida. Gado da raça nelore criado no Polo de Pesquisa Alta Mogiana, em Colina, SP, onde a nova técnica esta sendo desenvolvida. Estudo desenvolvido no interior de São Paulo acelera o abate de bois em até um ano. O chamado boi 777 é resultado de um conjunto de medidas tomadas no pasto para deixar o gado pronto para ser abatido em até dois anos, um ano antes do método tradicional. Foto: Pierre Duarte/Folhapress **EXCLUSIVO/FSP**ESPECIAL**
    Exportação brasileira de gado vivo cresceu 69% nos oito primeiros meses do ano

    As exportações de gado em pé, após um ano difícil em 2015, vêm melhorando neste. Nos oito primeiros meses, o país embarcou 175 mil animais vivo, 69% mais do que em igual período do ano passado.

    O setor ainda sente a crise venezuelana, país que era líder em importação e que praticamente desapareceu das estatísticas brasileiras.

    Com a saída da Venezuela de cena, os exportadores foram em busca de novos mercados. A Turquia é a grande vedete no momento, liderando as compras de gado vivo no Brasil. Já o Vietnã, a grande promessa.

    Pelo menos 58% do gado vivo exportado pelo país de janeiro a agosto deste ano foi para a Turquia. Líbano e Iraque também estiveram na liderança nas importações de gado brasileiro.

    Gastão Carvalho Filho, da Boi Branco, diz que essa retomada é boa para todo o mercado e para a economia do Pará, principal exportador.

    Primeiro porque estudos indicam que o setor teve de se profissionalizar, o que significa ter uma pecuária mais eficiente e mais competitiva em relação a outros exportadores mundiais —Austrália, Canadá, Nova Zelândia e França.

    Além da eficiência, o produtor tem renda maior porque os preços da arroba de boi melhoraram. Essa melhora permite a busca de uma rentabilidade melhor em áreas menores.

    O aumento da utilização de áreas, com a colocação de mais animais por hectare, diminui a pressão da pecuária sobre o desmatamento do Estado, destaca Carvalho.

    Outro dado importante é que nos últimos dez anos foram exportados 3,2 milhões de cabeças de gado, sem que tenham sido noticiados casos de doenças nos animais que saíram do país, segundo ele.

    Mas a importância da exportação de gado em pé não fica restrita aos pecuaristas do Pará.

    Quanto maior a exportação pelos paraenses, maior é a sustentação de preços do gado nos grandes Estados produtores como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    O rebanho do Pará é muito superior à demanda de carne do Estado, e as exportações desviam a colocação dessa carne do mercado interno para o externo.

    Carvalho diz que a competição com outros exportadores —todos países de ponta na produção de gado— obriga à melhora da pecuária brasileira.

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    Energizando o mercado A evolução da produção de energia eólica no país começa a movimentar também outros setores da economia, principalmente o de transporte de componentes de regiões industriais para as de produção da energia.

    Vento nos portos O Tecon Salvador —Terminal de Contêineres do Porto de Salvador, administrado pela Wilson Sons— é um dos que aumentam o volume de cargas na operação de equipamentos para a construção de parques eólicos no Brasil.

    Carga pesada Destaque no transporte de cargas de projetos (de grande dimensão), o Tecon Salvador deverá entregar 14 mil toneladas de produtos eólicos até março próximo para o parque eólico de Santa Vitória do Palmar (RS). O material sai da Acciona, em Camaçari (BA).

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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