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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Grupo do Brasil não completa cota de exportação de carne bovina para EUA

    04/01/2017 02h00

    Pierre Duarte/Folhapress
    Colina, SP. 06/01/2016 - Boi 777. Nova forma de criação de gado permite engorda mais rápida. Gado da raça nelore criado no Polo de Pesquisa Alta Mogiana, em Colina, SP, onde a nova técnica esta sendo desenvolvida. Estudo desenvolvido no interior de São Paulo acelera o abate de bois em até um ano. O chamado boi 777 é resultado de um conjunto de medidas tomadas no pasto para deixar o gado pronto para ser abatido em até dois anos, um ano antes do método tradicional. Foto: Pierre Duarte/Folhapress **EXCLUSIVO/FSP**ESPECIAL**
    Gado da raça nelore criado no Polo de Pesquisa Alta Mogiana, em Colina, SP

    O Brasil terá chance de abocanhar uma parte maior nas exportações de carne fresca bovina para os Estados Unidos neste ano.

    O grupo de países do qual o Brasil pertence completou apenas 76,5% da cota que tinha direito de exportações para os Estados Unidos no ano passado.

    O Brasil não tem uma cota específica como Austrália, Argentina e Uruguai, mas está incluído em um grupo denominado "outros", onde estão listados vários países.

    O volume liberado pelos Estados Unidos com taxas favoráveis de importação para esse grupo é de 64,8 mil toneladas. Desse volume, apenas 49,6 mil toneladas foram enviadas para o mercado norte-americano no ano passado.

    As exportações podem superar o volume determinado pelas cotas, mas terão taxas mais elevadas na hora da entrada do produto em território dos Estados Unidos.

    A Austrália, que tem uma cota de 378 mil toneladas, exportou 418 mil toneladas em 2015. No mesmo período, o Uruguai enviou 39 mil toneladas, apesar de ter uma cota de 20 mil toneladas.

    A Argentina, com uma cota de 20 mil toneladas, há muitos anos não exporta para o mercado norte-americano. Os vizinhos esperam recomeçar as exportações de carne fresca para os Estados Unidos neste ano.

    A notícia de que os países pertencentes ao grupo do Brasil não têm carne suficiente para completar a cota pode significar uma abertura maior do mercado dos EUA para os brasileiros.

    O mercado norte-americano, porém, deverá ter um cenário diferente neste ano, em relação aos dos dois últimos.

    Até 2013, os Estados Unidos tinham saldo positivo na balança comercial de carne bovina. A partir de 2014, sentiram os efeitos da redução do rebanho e da seca dos anos anteriores. O resultado foi uma escassez de carne.

    A partir deste ano, a oferta interna de carnes melhorará. Os dados divulgados na semana passada pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que novembro foi um período recorde de produção.

    O país somou 2,04 milhões de toneladas de carne vermelha, atingindo 20,9 milhões de janeiro a novembro, 4% mais do que em igual período anterior.

    Se for acrescida a produção de carnes de aves, o volume produzido pelo país sobe para 40,4 milhões de toneladas nos 11 primeiros meses do ano passado, 3% mais do que em 2015.

    A produção de carne de frango lidera de longe, atingindo 17,2 milhões de toneladas no período, 2% mais do que em igual período de 2015.

    A produção de carne suína, que somou 1 milhão de toneladas em novembro, acumulou 10,3 milhões no ano.

    *

    Fibria - A empresa, líder mundial na produção de celulose de eucalipto, emitiu duas séries de CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) no valor de R$ 1,25 bilhão.

    *Vencimentos - * Uma série, com vencimento em cinco anos, tem volume de R$ 755,7 milhões e taxa de 99% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A segunda, com vencimento em sete anos, tem volume de R$ 494,2 milhões e taxa de IPCA, mais 6,1346% ao ano.

    Açúcar - O açúcar teve um período de alta no ano passado, conforme acompanhamento de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No final de outubro e início de novembro, a saca de 50 quilos superou R$ 100, maior valor nominal da série histórica. Em termo reais, se aproximou aos de março de 2011.

    Etanol - O etanol também foi marcado por preços em alta em 2016. De abril a dezembro, o etanol hidratado teve média de R$ 1,6425 por litro, enquanto o anidro ficou em R$ 1,8164, os valores mais elevados das últimas quatro safras, em termos reais.

    Cítricos - A baixa produção de laranja, a demanda aquecida e os estoques baixos nas indústrias deram impulso aos preços dos cítricos no Estado de São Paulo. E o ano passado foi marcado por preços recordes tanto no segmento industrial como no mercado "in natura", aponta o Cepea.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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