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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Argentina volta a influenciar preços de trigo no Brasil

    14/01/2017 02h00

    Mauro Zafalon - 3.jul.16/Folhapress
    Plantação de trigo em Sertaneja, norte do Paraná, em 03.jul.2016. (foto Mauro Zafalon/Folhapress)
    Plantação de trigo em Sertaneja, norte do Paraná

    A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) promete novas operações de apoio ao escoamento de trigo produzido no Sul do país na próxima semana.

    O órgão governamental fará dois leilões. O primeiro será um Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural ou suas Cooperativas) de 137,5 mil toneladas.

    Em seguida, a Conab fará um PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto) para 52,5 mil toneladas do cereal. Os dois leilões são de produto da safra 2016/17.

    No ano passado, os produtores brasileiros produziram 6,7 milhões de toneladas de trigo e consumiram 10,7 milhões. As importações ficaram em 5,95 milhões, segundo dados da Conab.

    Neste ano, o cenário para o produtor brasileiro poderá não repetir o do ano passado, pelo menos no que se refere a preços. A Argentina, principal fornecedora do Brasil, esteve sem trigo nos últimos, devido à redução de área e quebra de safras.

    Com isso, parte do trigo vinha de regiões de fora do Mercosul, com taxas e preços mais elevados. Essas importações e a oferta menor de produto no mercado interno favoreciam os preços pagos aos produtores.

    A partir deste ano, os argentinos voltam firme ao mercado. A produção Argentina está estimada em 15 milhões de toneladas, com possibilidade de exportações de 9 milhões desse volume.

    Mas não é apenas a Argentina que terá elevação na produção. União Europeia (144 milhões de toneladas), Rússia (73 milhões) e Austrália (33 milhões) ajudarão a elevar o volume mundial de 2016/17 para 753 milhões de toneladas.

    Com consumo mundial de 743 milhões, os estoques no final da safra 2016/17 podem atingir 253 milhões de toneladas. Os estoques dos Estados Unidos vão para 32 milhões de toneladas, maior volume desde os anos 1980, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

    A União Europeia terminará a safra com estoques de 10 milhões de toneladas.

    O Brasil não produz trigo suficiente para o consumo interno, mas nem sempre esse deficit atua a favor do produtor nacional, principalmente quando se tem uma oferta tão grande de produto no exterior.
     

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    Colheita acelerada - Os produtores de Mato Grosso estão com as colheitadeiras em campo. A novidade é que o ritmo de colheita deste ano está bem mais acelerado do que nos anteriores.

    Maior em dez anos - Acompanhamento da AgRural indica que pelo menos 4% da área de plantio de soja em Mato Grosso já havia sido colhida até esta quinta-feira (12). É o maior percentual desde que a agência faz esse levantamento. No Brasil, a média é de 1,1%.

    Produtividade - A região oeste do Estado é a mais avançada, com produtividade de 52 a 58 sacas. Já no norte de MT, dependendo das propriedades, a produção fica entre 50 e 70 sacas.

    Clima incerto - Já os argentinos ainda encontram problemas com o plantio da soja. De 400 mil a 500 mil hectares estão sendo afetados por problemas climáticos. Com isso, parte dessa área poderá não ser plantada. Outra terá de se replantada.

    Paraguai - No país vizinho, as condições das lavouras são boas e a produção deverá atingir o recorde de 9,2 milhões de toneladas.
     
    Milho - 1 A antecipação da colheita da soja permite um avanço do plantio do milho safrinha em Mato Grosso. Pelo menos 2,5% das áreas que serão destinadas ao cereal já foram plantadas, segundo a agência.

    Milho - 2 A AgRural refez os cálculos da produtividade da safra verão e espera, agora, 126 sacas por hectare no Sul. A agência prevê uma safra de milho de 88,6 milhões de toneladas na soma das duas safras do país.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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