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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Com crise, arroz e feijão devem ganhar mais espaço no prato do brasileiro

    27/01/2017 02h00

    Ezyê Moleda - 9.out.2012/Folhapress
    S√ÉO PAULO; SP; BRASIL; 09-10-2012; 19:00. Revista SAOPAULO. O MINEIRO Ambiente interno e tutu mineiro e tambem a feijoada (a casa serve todos os dias da semana) .(Foto: Ezyê Moleda/Folhapress; revista sao paulo; S√ÉOPAULO) *** ESPECIAL***
    Feijoada em restaurante em São Paulo

    A crise econômica brasileira fará com que o consumidor volte para o arroz e feijão, elevando o consumo desses produtos neste ano.

    Ovo e frango também estarão na lista de preferências do consumidor.

    A opção dos consumidores por esses produtos vem do bolso.

    A renda está encurtando devido a salários menores e ao desemprego crescente.

    A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba.

    Arroz e feijão estarão com preços mais acessíveis e substituirão parte das carnes, principalmente a bovina, afirma ele.

    O feijão, que chegou a R$ 20 por quilo no pico da crise no ano passado, custa de R$ 4 a R$ 6 nas gôndolas dos supermercados.

    O arroz, após uma quebra de safra em 2016 no Rio Grande do Sul, o principal produtor nacional, terá um volume maior neste ano.

    Brandalizze não acredita, no entanto, em uma queda tão acentuada nos preços do arroz como a que teve os do feijão.

    Os estoques do cereal estão baixos, e a safra está atrasada em pelo menos duas semanas.

    O maior volume a ser produzido, no entanto, não permitirá uma evolução acentuada dos preços, segundo ele.

    Um pouco mais capitalizados, devido ao cenário favorável de preços nos últimos três anos, os produtores deverão imprimir um ritmo mais lento às vendas de arroz.

    Com isso, o cereal em casca se mantém a R$ 50 por saca no Rio Grande do Sul, mesmo com os produtores do Estado já se movimentando para a colheita de 8,4 milhões de toneladas neste ano. A área de produção é de 1,1 milhão de hectares.

    Haverá um aumento de oferta de arroz no Rio Grande do Sul, mas um recuo em outras áreas produtoras do país.

    Com isso, a produção total do Brasil deverá ficar abaixo dos 12 milhões de toneladas, o volume estimado para o consumo.

    A opção dos consumidores pelo arroz e feijão virá porque os preços desses produtos no varejo acompanham a flutuação de preços no campo.

    Ele cita o trigo, que também teve queda nos preços na matéria-prima, mas esse recuo não refletiu no pãozinho.

    "Os preços do pão, do presunto, da mortadela e do queijo tornam o custo do sanduíche menos atrativo do que uma refeição à base de arroz e feijão", diz Brandalizze.

    Nas próximas semanas, arroz e feijão vão tomar caminhos diversos. A saca de arroz, com a chegada da safra, deverá recuar de R$ 50 para R$ 45, enquanto a de feijão subirá dos atuais R$ 120 para R$ 200.

    Mesmo assim, um valor bem inferior aos R$ 500 a R$ 600 de alguns períodos do ano passado.

    *

    Algodão - A menor oferta interna de algodão faz o preço do produto avançar neste mês, registrando o maior valor real desde junho de 2011: R$ 2,77 por libra-peso, segundo dados do Cepea (Cento de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

    Alta técnica - A alta externa do algodão é mais técnica e especulativa do que fundamental, já que não houve mudança significativa nos dados ou expectativas de oferta e demanda.

    Fundos - Mas a grande posição comprada dos fundos de investimento de gestão ativa segue chamando a atenção, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.

    Posição - Na segunda semana deste mês, os fundos detinham 2 milhões de toneladas compradas de algodão, a maior posição desde 2006. Na terceira semana venderam um pouco, mas ainda continuam com 1,9 milhão de toneladas, aponta a analista da AgRural.

    Arroz - O Brasil exportou 698 mil toneladas de arroz no ano passado, 27% a menos do que em 2015. Quebra de safra foi um dos motivos dessa redução, segundo a Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz).

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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