• Colunistas

    Monday, 29-Apr-2024 05:32:04 -03
    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Principais exportadores avançam no mercado de carne bovina

    24/02/2017 02h00

    Apu Gomes - 26.nov.2012/Folhapress
    CARMOLÂNDIA, TO, BRASIL, 26-11-2012: Gado Nelore, em pasto da Fazenda Vale do Boi, com árvores de Babaçu, para fazer sombra para o gado, em Carmolândia (TO). A fazenda trabalha com melhoramento genético de zebuinos, e gado para corte, numa das novas fronteiras agrícolas do país, na região conhecida como Mapito, divisa dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins. (Foto: Apu Gomes/Folhapress)
    Gado em fazenda em Carmolândia (TO); receita com exportação caiu para US$ 5,5 bi em 2016

    Feito o balanço das exportações de carne bovina em 2016, Brasil, Argentina e Estados Unidos aumentaram o volume exportado.

    Os americanos, devido a uma melhora no rebanho e na oferta interna de carnes exportaram 1,2 milhão de toneladas, um volume 11% superior ao de 2015.

    O rebanho norte-americano superava 100 milhões de cabeças, recuou para menos de 90 milhões e, agora, começa a se recuperar.

    Clima adverso e custos elevados nos últimos anos tinham provocado essa queda.

    O México, principal mercado para a carne norte-americana em 2015, perdeu o posto para o Japão no ano passado. Os japoneses compraram 259 mil toneladas dos Estados Unidos, ficando com um quinto da venda externa dos norte-americanos.

    Os argentinos, embora muito distantes dos tempos áureos, quando o país dominava os principais mercados mundiais, também avançaram em 2016. O IPCVA (um instituto de promoção da carne argentina) aponta exportações de 265 mil toneladas de carne bovina no ano passado, ante 240 mil em 2015.

    A Argentina, assim como os Estados Unidos, sofre os efeitos da redução do rebanho. Elevação de custos no pasto, seca e amarras colocadas pelo governo anterior na comercialização da carne no varejo tiraram a competitividade do país.

    Agora, a Argentina ensaia uma presença maior no mercado externo, colocando, inclusive, os Estados Unidos na mira das exportações.

    As receitas totais do ano passado cresceram para US$ 1,3 bilhão acima do US$ 1,1 bilhão de 2015. O principal mercado para a proteína argentina foi a Alemanha, que pagou US$ 12.884 por tonelada. Na média, os argentinos venderam a carne bovina por US$ 4.810.

    O Brasil, ao comprar 53 mil toneladas de carne bovina argentina, também foi um bom mercado para o país vizinho, principalmente porque o preço médio foi de US$ 6.971 por tonelada.

    O Brasil, líder mundial nesse mercado de carne bovina, manteve expansão no ano passado, com crescimento de 1% no volume exportado. Segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), o país colocou 1,4 milhão de toneladas no mercado externo, mas a receita caiu 7% no período, para US$ 5,5 bilhões.

    As perspectivas para a carne bovina são boas, principalmente para o Brasil, que está à frente desse setor.

    A China, que aumentou as importações em todos os principais países produtores em 2016, deve continuar com demanda firme. A Ásia é um mercado crescente para o Brasil, que também consolidou o do Oriente Médio.

    Além disso, a abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne brasileira "in natura", embora o volume das exportações seja pequeno, deve consolidar a entrada da carne brasileira em outros mercados importantes e que remuneram bem.

    *

    Atoleiro - Centenas de caminhões estão estacionados no sul do Pará devido a diversos atoleiros na rodovia BR-163. Isso ocorre exatamente quando a safra de soja de Mato Grosso está com ritmo acelerado

    Atoleiro 2 - A dificuldade de trânsito na BR-163 impede o escoamento de soja pelo Norte, complicando a situação da armazenagem e diminuindo o número de caminhões disponíveis para o transporte da soja colhida.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024