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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Brasil exporta menos açúcar em volume, mas recebe mais em dólares

    09/03/2017 02h00

    Luiz Carlos Murauskas - 17.set.2010/Folhapress
    Brasil precisa reformar estrutura tarifária às importações, afirma especialista
    Carregamento de açúcar no porto de Santos

    O Brasil colocou menos açúcar no mercado externo neste primeiro bimestre do ano, mas recebeu mais pelo produto.

    As exportações somaram 4 milhões de toneladas, inferiores aos 4,2 milhões de igual período de 2016.

    As receitas, no entanto, subiram para US$ 1,75 bilhão, ante US$ 1,23 bilhão em igual período de 2016.

    Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, que aponta Bangladesh como o principal mercado para o Brasil nesses dois primeiros meses do ano.

    O país desbanca a China, que vinha liderando as compras do produto no Brasil.

    De janeiro a fevereiro de 2016, os chineses haviam importado 376 mil toneladas do produto brasileiro. Esse volume recuou para 252 mil neste ano.

    A Índia, um dos grandes produtores mundiais, mas que teve problemas com sua safra, também veio ao mercado brasileiro e levou 333 mil toneladas do produto de janeiro a fevereiro.

    Após um período de superavit mundial, a oferta de açúcar fica abaixo da demanda. A Organização Internacional do Açúcar prevê um deficit de 5,9 milhões de toneladas no período de 2016/17.

    Esse volume fica abaixo das perspectivas anteriores, quando a previsão indicava 6,2 milhões de toneladas, segundo a GO Associados.

    O deficit mundial de açúcar poderá não ser tão intenso como se previa, mas os preços continuarão pressionados devido à redução dos estoques.

    Para a GO Associados, o posicionamento das principais empresas do setor sucroenergético do Brasil será o de aumentar a produção de açúcar, sanear a saúde financeira das usinas e buscar um aumento de produtividade.

    *

    Rebanho de gado sobe na Austrália e cai na China

    A Austrália, um dos importantes países exportadores de carne bovina, elevou o rebanho para 28,8 milhões de animais neste início de ano.

    Essa alta se deve ao abate menor de vacas, à melhora nas pastagens do país e à redução de custos de produção, principalmente devido à queda dos preços internacionais dos cereais.

    Mas, devido a problemas nos últimos anos, o país está participando menos do mercado internacional de carne bovina. No ano passado, as exportações somaram 1,4 milhão de toneladas, abaixo do 1,8 milhão de 2015, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

    Os abates deverão ficar em 7,5 milhões de animais no ano.

    Já a China, país que começa a importar proteínas com um ritmo maior do que nos anos recentes, terá um rebanho de 99 milhões de cabeças, abaixo dos 100,3 milhões de 2016.

    A presença menor da Austrália no mercado internacional e o apetite maior da China por proteínas deverão favorecer o Brasil neste ano.

    Já o rebanho da Índia fica em 304 milhões de cabeças, com abate previsto de 39 milhões. Os dados incluem a produção de búfalos.

    No Brasil, as exportações do primeiro bimestre recuaram para 207 mil toneladas, 6% inferiores às de igual período do ano passado.

    Em valores, as exportações somam US$ 831 milhões, com queda de 4% no ano, em relação a igual período de 2016. As informações são da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos).

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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