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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Produtor brasileiro, por ora, tem boas notícias dos EUA

    11/05/2017 02h00

    Scott Olson - 4.out.08/AFP
    Colheita de milho em fazenda no Estado de Illinois (EUA). *** ORG XMIT: WXG297 Joe Raben harvests corn on land he farms with his father and uncle October 4, 2008 near Carmi, Illinois. A recent tumble in the price of corn and soybeans combined with the rising cost of seed, fuel, and land rents have many Midwestern farmers concerned. AFP PHOTO/Scott Olson/Getty Images ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Colheita de milho em fazenda no Estado de Illinois (EUA)

    Os números de oferta e demanda de grãos do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta quarta-feira (10) trouxeram algumas boas notícias para o produtor brasileiro: queda de produção nos EUA, importação recorde da China e demanda mundial aquecida.

    O ponto negativo é que, por ora, os números são apenas estatísticos e podem mudar.

    Embora a área de soja tenha aumentado, a previsão de safra recua para 115,8 milhões de toneladas em 2017/18, abaixo dos 117,2 milhões de 2016/17.

    Daniele Siqueira, da AgRural, adverte, no entanto, que essa estimativa de safra leva em consideração a linha de tendência de produção nos últimos anos, que é de 53,8 sacas por hectare.

    Se a produtividade americana desta safra repetir a anterior, que foi de 58,4 sacas, a produção dos Estados Unidos dispara para 126 milhões de toneladas.

    "Aí as coisas se complicam", diz ela. "Mas, até agora, o cenário não se apresenta ruim. O consumo é firme, e os estoques não estão tão elevados", acrescenta.

    A demanda mundial deverá continuar firme. A China, que importou 89 milhões de toneladas na safra 2016/17, vai comprar 93 milhões na próxima, segundo estimativas do Usda.

    MILHO

    A produção de milho também cai nos Estados Unidos. Isso porque o cereal cedeu parte da área para a soja neste ano. As estimativas são de uma safra americana de 357,3, milhões de toneladas, ante 384,8 milhões em 2016/17.

    Mas, se cai a produção dos EUA, aumenta a de outros grandes produtores, como Brasil e Argentina.

    Os novos números do Usda apontam 96 milhões de toneladas do cereal para este ano no Brasil e 40 milhões na Argentina. Os números da safra 2017/18 ficariam próximos aos de 2016/17.

    Os estoques mundiais de soja são suficientes para 94 dias em 2017/18, abaixo dos 99 de 2016/17. No mesmo período, os de milho caíram para 67, ante 78 na safra anterior, segundo dados da AgRural.

    Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de soja e de milho.
     

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    Preços - A soja chegou a subir nesta quarta-feira (10), após a divulgação dos dados do Usda, mas acabou fechando em US$ 9,62, com recuo de 0,4% no dia na Bolsa de Chicago.

    Correção - Apesar da queda atual da soja, os preços atuais são 2% superiores aos de há um mês. A alta se deve a uma correção de rumo dos fundos de investimentos, que param de vender contratos futuro.

    Alerta - Além disso, as condições climáticas, dominadas por chuva e frio em várias regiões, colocaram o mercado em alerta.

    Pretextos - Os efeitos do clima ainda não preocupantes, mas notícias desse tipo são sempre pretextos para mudanças de preços, segundo Daniele Siqueira.
     
    Laranja - O chamado cinturão citrícola do Estado de São Paulo volta a ter uma grande safra de laranja no período 2017/18.

    Frutos menores - Levantamento do Fundecitrus estima a produção do período em 364,5 milhões de caixas, bem acima do volume anterior, que ficou em 244,2 milhões. São esperados frutos menores, sendo necessárias 265 laranjas para preencher uma caixa de 40,8 quilos.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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