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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Brasil terá concorrência dos EUA nas exportações de carne para a China

    21/06/2017 02h00

    Christopher Gannon - 9.jul.06/Associated Press
    Gado em fazenda no Estado de Iowa (EUA). *** .150201_1.tif. Cattle graze on a hilltop in an area north of Granger, Iowa July 19, 2006. Japan has reopened its borders to U.S. beef after a mad cow scare, and domestic demand is strong, leading to strengthening prices. (AP Photo/The Des Moines Register, Christopher Gannon)
    Gado em fazendo no Estado de Iowa, EUA

    Após um período de queda no rebanho e oferta menor de carne bovina, os Estados Unidos se recuperaram e agora querem se posicionar melhor no mercado externo.

    A produção de carne deste ano sobe para 12 milhões de toneladas, e as exportações, para 1,24 milhão. As vendas externas americanas de 2017 devem superar em 37% as de há cinco anos.

    Na busca por novos mercados, os Estados Unidos foram bater às portas de China, que retomou o comércio com os americanos nas últimas semanas.

    O mercado chinês estava fechado para os Estados Unidos havia 14 anos, desde a ocorrência de um caso de vaca louca, em 2003, no Estado de Washington.

    O participantes do mercado de carnes dos Estados Unidos entendem que esse é um bom momento para voltar a vender para a China. Na avaliação deles, o Brasil, maior exportador para o país asiático, está às voltas com os escândalos no setor.

    Já a Austrália, outro forte concorrente, tem a oferta de carne bovina apertada, devido a secas no país.

    Além disso, a China tem se tornado um crescente importador de carnes. Em 2013, o país importava 412 mil toneladas de carne bovina. Neste ano, serão 950 mil, segundo estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

    Os chineses, com mais renda, aumentam ano a ano o consumo de proteínas. As mais recentes estimativas indicam um consumo de 5,5 quilos per capita de carne bovina, com evolução de 33% em quatro anos.

    A dependência externa de proteínas do país vai continuar. O crescimento do consumo interno provoca uma redução do rebanho, atualmente abaixo dos 100 milhões de cabeças —queda de 4% em três anos.

    Com a reabertura do mercado chinês para os Estados Unidos, o Brasil ganha mais um forte concorrente na disputa por esse país asiático.

    Os números de 2016 indicam a importância da China para o Brasil. Os brasileiros exportaram 166 mil toneladas de carne bovina —"in natura", industrializada e miúdos— para os chineses, 69% mais do que em 2015, segundo a Abiec (Associação Brasileiras das Indústrias Exportadoras de Carnes).

    Câmara lotada

    A China passou a ser também uma grande importadora de carne suína. Nas últimas semanas, no entanto, pisou no freio nas compras dessa proteína.

    Os chineses estão com as câmaras frias abastecidas. A presença menos frequente deles no Brasil fez as vendas externas totais de carne suína do Brasil recuarem 29% neste mês, em comparação a junho de 2016.

    Os americanos exportaram 23% menos em abril para esse país asiático, em relação a igual mês de 2016, e os europeus venderam 52% menos nesse mesmo período.

    *

    Ainda mais - O preço do boi gordo caiu ainda mais nesta terça-feira (20) no mercado futuro. O contrato de outubro, em geral o período de maior pressão nos preços, recuou para R$ 119 por arroba.

    Diferença - O contrato de outubro foi negociado com queda de R$ 7 em relação ao deste mês. No início do ano, a arroba do boi gordo girava a valores próximos a R$ 150.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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