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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Presença maior da JBS no mercado ajuda a elevar preços do boi

    03/08/2017 02h00

    Pierre Duarte - 21.dez.15/Folhapress
    Mocóca, SP, 21.12.2015 - Carne de gado angus ganha mercado no país. Gado da raça angus em pasto da fazenda Cardinal, de propriedade da VPJ Pecuária, na cidade de Mocóca, interior de SP. Peões da fazenda cuidando de rebanho angus. Antes considerada nobre e cara, a carne Angus deslanchou neste ano no país: houve aumento de 21% no abate dos animais de 2014 para 2015, em pleno ano de crise. A raça existe há 116 anos no Brasil, mas só há 10 começou a ser produzida com controle de qualidade rígido. (Foto: Pierre Duarte/Folhapress) **EXCLUSIVO/FSP/AGÊNCIA FOLHA**ESPECIAL**
    Gado em Mococa; arroba foi negociada a R$ 127 nesta quarta (2), ante R$ 123 na quinta passada (27)

    Aos poucos, o mercado de boi volta a se acertar. O preço da arroba subiu nos últimos dias, embora o valor ainda esteja bem distante do praticado há um ano.

    Dois motivos levam a essa leve recuperação de preços: entressafra e uma presença maior da JBS no mercado.

    Pastos secos e geada levaram muitos pecuaristas a vender os bois prontos para o abate até a terceira semana de julho.

    A partir daí, a oferta de gado diminuiu, segundo Mariane Crespolini, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

    Um outro motivo da recuperação de preços é a presença mais assídua da JBS nas compras de gado, segundo alguns pecuaristas. Para eles, a empresa, que passou a comprar o gado apenas a prazo (30 dias), cumpriu os contratos e deixou os produtores menos receosos.

    Pecuaristas que cooperam com o Cepea, entidade que acompanha o setor diariamente, indicaram essa participação maior da JBS no mercado de compra.

    A própria JBS confirma, mas informa que o maior volume de animais abatidos tem como referência a programação de produção e a destinação da carne projetadas pela empresa.

    Segundo Crespolini, a oferta de gado pronto para o abate já é menor desde a última semana de julho.

    Ela percorreu áreas de produção e constatou pastagens bem secas, o que forçou o pecuarista a aumentar as vendas. Caso contrário, ele teria de colocar o gado em um semiconfinamento, suportando gastos maiores.

    O levantamento de preços do Cepea indicou que, nesta quarta-feira (2), a arroba do boi foi negociada a R$ 127, acima dos R$ 123 da quinta-feira (27) anterior. Há um ano, a arroba de boi era comercializada a R$ 152, conforme dados do Cepea.

    A JBS, que provocou uma queda dos preços do boi nos últimos meses, principalmente depois da delação premiada dos donos da empresa, serve agora para um pequeno ajuste de mercado.

    Líder no mercado, a maior presença da empresa nas compras faz as outras se adaptarem a novos preços, principalmente as que precisam manter escalas de compra para cumprir contratos.

    *

    Frango - O setor teve o primeiro saldo externo positivo em julho desde a Operação Carne Fraca, que ocorreu em março. Segundo a ABPA (associação do setor), as exportações somaram 385 mil toneladas no mês passado, 6% mais do que as de julho de 2016. As receitas atingiram US$ 619 milhões, com alta de 3% no mesmo período.

    Suíno - As vendas externas de carne "in natura" recuaram para 48,7 mil toneladas em julho, 7% menos do que em igual período de 2016. Já as receitas subiram 10%, somando US$ 123 milhões, segundo a ABPA.

    Safrinha - A safra brasileira de milho deverá atingir 98,7 milhões de toneladas, segundo a INTL FCStone. Esse volume é 1 milhão de toneladas acima do previsto anteriormente e ocorre devido à nova estimativa da safrinha, agora em 67 milhões de toneladas.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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