• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 12:33:27 -03
    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Acordo Mercosul e UE faria EUA perderem competitividade no Brasil

    09/08/2017 02h00

    Bob Edme - 22.jan.09/Associated Press
    FILE - In this Jan. 22, 2009, file photo, French family company Carles employees work at Carles Roquefort cheese factory in Roquefort, southwestern France. Japan and the European Union are hoping to reach an economic partnership agreement within days, countering the backlash against free trade by U.S. President Donald Trump. Their trade and agriculture ministers are due to meet in Tokyo on Friday, June 30, 2017, trying to forge a deal before the Group of 20 industrial nations meets next week in Germany. Local reports said a main point of disagreement was Japan's up to 40 percent tariffs on imported cheese. (AP Photo/Bob Edme, File) ORG XMIT: TKH101
    Fábrica de queijo Roquefort na França; com acordo, UE, quer aumentar vendas para Mercosul

    O mercado de agronegócio e de alimentos dos Estados Unidos tem muito a perder se o Mercosul e União Europeia fecharem um acordo comercial.

    Os norte-americanos seriam afetados principalmente nas negociações com o Brasil, o principal mercado do bloco.

    Estudo do serviço de representação do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil aponta que, se concretizado, o acordo daria uma condição bem pior de competitividade aos produtos dos Estados Unidos em relação aos da União Europeia.

    Atualmente, tanto Estados Unidos como União Europeia têm as mesmas taxas de barreiras nas exportações para o Brasil. Além disso, os dois —europeus e norte-americanos— têm produtos semelhantes na lista de exportações para os brasileiros.

    O Mercosul já é um grande competidor dos norte-americanos no setor de agronegócio. O bloco é líder mundial em produção e exportação em vários setores importantes, como soja, carnes, açúcar, café e suco.

    Por formar o maior bloco do mundo, os europeus teriam grandes vantagens nas exportações e importações de produtos do Mercosul, dificultando a presença dos norte-americanos na região.

    Enquanto os países do Mercosul querem abrir mais o mercado para seus produtos agrícolas, os europeus estão de olho em produtos industrializados como queijo e chocolate, que chegam a ter taxa de importação de 28%.

    No ano passado, os Estados Unidos exportaram o correspondente a US$ 1,38 bilhão de produtos agrícolas ao Brasil. No mesmo período, a União Europeia colocou no país o correspondente a US$ 1,79 bilhão.

    Trigo e etanol lideram as compras brasileiras nos Estados Unidos, enquanto na União Europeia o país busca produtos lácteos, peixes e frutos do mar.

    As preocupações de redução de mercado com o bloco do Mercosul não são só dos produtores norte-americanos. Os europeus também temem, uma vez que os custos de produção nos países do Mercosul são menores.

    A chegada de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos deu uma freada nos acordos internacionais de comércio.

    Além de discutir o acordo do Nafta (formado pelos países da América do Norte), os Estados Unidos deixaram o TPP (Parceria Transpacífico), que englobava 12 países.

    *

    Refazendo as contas - Os principais fornecedores de boi para a JBS já conseguem receber parte da venda dos animais à vista. A outra parte, no entanto, acaba sendo dividida em até 60 dias. Ou seja, um pagamento de 50% à vista significa que os outros 50% serão pagos em até 60 dias.

    Mudanças à vista - Pecuaristas afirmam, no entanto, que a empresa já está propensa a pagar pelo menos 30% à vista, sem uma extensão do restante 70% para até 60 dias. No semestre passado, a empresa havia adotado a rotina de pagar a prazo, em 30 dias.

    Correndo atrás - O governo australiano continua em negociações com os chineses para encurtar o período de barreiras impostas à carne de seis unidades do país.

    Inconsistências - Os chineses suspenderam as importações australianas devido a inconsistências entre o conteúdo das caixas e o enunciado nas embalagens. Duas das plantas são da JBS, segundo o mercado.

    Algodão - A comercialização do tipo em pluma da safra 2016/17 atinge 80% em Mato Grosso. A do algodão em caroço, 64%.

    Freio do boi - Os dados são do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que atribui a venda menor do algodão em caroço à retração nas compras do produto pelos pecuaristas.

    Safra - A área com algodão é de 617 mil hectares nesta safra 2016/17 em Mato Grosso. A produção do algodão em pluma sobe para 987 mil hectares, enquanto a do algodão em caroço será de 1,5 milhão de toneladas no Estado.

    Peso na inflação - Os produtos agropecuários caíram 1,42% no mês passado no atacado e já acumulam recuo de 13,17% no ano. Os dados são do IGP-DI, da FGV.

    Bem abaixo - O agronegócio continua segurando a taxa de inflação, uma vez que o IGP (Índice Geral de Preços) médio recuou 0,30% em julho e 5,70% no ano.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024