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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Exportação de frango do Brasil avança, mas fantasma da Carne Fraca persiste

    19/10/2017 02h00

    Rodrigo Paiva - 11.jan.2017/Folhapress
    CHARQUEADA, SP, BRASIL, 11-01-2007: Galinhas são vistas em granja na cidade de Charqueada (SP). O frango da empresa Korin é pioneiro na criação de frangos conhecidos como alternativos ou verdes, sem uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento e quimioterápicos. (Foto: Rodrigo Paiva/Folhapress)
    Galinhas em granja na cidade de Charqueada (SP)

    A produção mundial de carne de frango deverá atingir 91 milhões de toneladas em 2018, com aumento de 1,2% em relação ao volume previsto para este ano.

    O cenário internacional favorecerá o Brasil, que é o principal fornecedor mundial de carne de frango.

    Parte desse aumento virá do país, que somará produção de 13,6 milhões de toneladas, 2,3% mais do que o montante estimado para 2017.

    Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
     
    FANTASMA

    O grande trunfo do país são as suas condições sanitárias. Mesmo assim, o fantasma da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, ainda paira sobre a confiabilidade do produto nacional no mercado externo.

    A sanidade da carne faz com que o Brasil permaneça no topo da procura internacional, já que vários outros países têm sérios problemas sanitários.

    Embora a qualidade do produto brasileiro o mantenha competitivo, o sistema oficial de vigilância sanitária ficou ainda mais desacreditado depois da operação policial.

    Sem melhorar o controle da qualidade, o Brasil corre o risco de integrar a lista dos países problemáticos.
     
    CHINA

    Os chineses, cujo consumo vem subindo ano a ano, vão registrar queda de produção pelo terceiro ano consecutivo e ficar mais dependentes do mercado externo.

    Já a Índia, a União Europeia e os Estados Unidos devem elevar a produção.

    RAIO-X DO FRANGO em 2018 - Maiores produtores globais, em milhões de toneladas

    O consumo interno brasileiro deverá atingir 9,4 milhões de toneladas, e as exportações, 4,2 milhões, na avaliação do Usda.

    Francisco Turra, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), discorda desses números. Ele acredita que o consumo interno brasileiro seja menor do que o previsto pelo Usda, mas que as exportações vão ser maiores.

    O consumo nacional deverá ficar em 9 milhões de toneladas, e as exportações deverão subir para 4,5 milhões no próximo ano, acredita ele.

    Os EUA, devido a barreiras tarifárias e a um surto de gripe aviária no país, vêm perdendo o mercado chinês desde 2010 e deixando espaço para o Brasil.

    Naquele ano, os brasileiros forneciam 40% da carne de frango importada pelos chineses, taxa que subiu para 90% em 2016.

    Os americanos lideram a produção mundial de carne de frango e deverão chegar ao recorde de 19 milhões de toneladas no próximo.

    RAIO-X DO FRANGO em 2018 - Maiores exportadores, em milhões de toneladas

    Mesmo ausentes da China, os EUA esperam exportar 3,2 milhões de toneladas no próximo ano, 3% mais do que neste ano.

    *

    Em queda - A União Europeia também divulgou dados de importação e exportação de carne de frango deste ano. As importações somaram 552,4 mil toneladas de janeiro a agosto, 11% menos do que em igual período do ano passado.

    Líder - O maior volume de carne importada pela União Europeia saiu do Brasil. Os europeus adquiriram 283 mil toneladas no país, 51% do total comprado por eles no período.

    Exportações - As vendas externas dos 28 países que compõem o bloco atingiram 1,1 milhão de toneladas até agosto, 2% mais do que em 2016. Ao adquirir 94 mil toneladas, Hong Kong liderou as compras.

    Café - Pedro Lima, presidente da 3corações, uma das principais empresas do setor de café, acredita que o setor tem de pensar na renda dos produtores, que fornecem a matéria-prima essencial para a indústria de torrefação.

    De olho - O executivo da 3corações acredita que a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) deveria criar um departamento para avaliar essa relação com os produtores, de olho principalmente na questão de renda.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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