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    Vaivém das Commodities - Mauro Zafalon

    Para Conab, dificuldades econômicas e clima reduzem moagem de cana

    20/12/2017 02h00

    Joel Silva - 9.mai.17/Folhapress
    SERTAOZINHO, SP, BRASIL- 09-05-2017 : Colheirta mecanizada da Usina Santo Antonio em sertãozinho.Usina Santo Antonio tem toda colheita mecanizada. Mecanizacao no corte de cana e crise no setor de usinas de producao de alcool e acucar, provoca mudancas na migracao de trabalhadores rurais no interior de Sao Paulo. . ( Foto: Joel Silva/Folhapress ) *** *** ( ***EXCLUSIVO FOLHA***)
    Colheita mecanizada de cana em Sertãozinho (SP)

    Problemas econômicos nas usinas provocaram uma redução na área de cana-de-açúcar no país na safra 2017/18, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

    A área colhida de cana deverá recuar para 8,74 milhões de hectares no país, 311 mil a menos do que na safra anterior. São Paulo, ao reduzir em 220 mil hectares, foi o principal responsável pela queda nacional.

    Os técnicos da Conab atribuem a retração a vários fatores. Entre eles, está a troca da cana por outras culturas. Essa troca ocorre devido à exigência de mecanização no Estado e à dificuldade de atuação das máquinas em áreas de declive.

    O grande número de empresas em situação de recuperação judicial auxiliou também a queda de área.
    Esse desequilíbrio financeiro foi elevado pela oscilação dos preços do açúcar no mercado internacional e pelo clima desfavorável nas safras recentes.

    A Conab constata, no entanto, uma renovação das lavouras com novas variedades —mais resistentes a pragas e doenças— que trazem maior produtividade.

    São Paulo é o líder nacional na produção de cana. A área a ser colhida na safra 2017/18 recua para 4,6 milhões de hectares, 5% menor do que da 2016/17.

    Entre os cinco maiores produtores de cana, apenas Mato Grosso do Sul teve elevação de área. Dados da Conab apontam 665 mil hectares para o produto no Estado, 7,5% mais do que na safra anterior.

    Goiás, Minas Gerais e Paraná fecham a lista dos cinco maiores produtores. A queda de área nesses Estados foi de 5%, 4% e 3%, respectivamente.

    A Conab, que faz a terceira estimativa de produção para o setor, prevê moagem de 636 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no país, um volume 3% inferior ao da safra anterior.

    A produção de açúcar sobe para 39,5 milhões de toneladas no período. Desse volume, 36,4 milhões virão do centro-sul. Já a de etanol recua para 27 bilhões de litros, 3% menos do que em 2016/17.

    DIVERGÊNCIAS

    Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), dá outros motivos para redução do volume de cana a ser moída na região centro-sul.

    Ele atribuiu essa queda ao aumento do "plantio de cana de 18 meses", lavouras que estarão disponíveis nas próximas safras. De dezembro de 2016 a abril de 2017, o plantio de cana superou em 30% o de igual período anterior.

    Padua não concorda também com a estimativa de produção de açúcar para o centro-sul. A região já processou 580 milhões de toneladas de cana e produziu 35,4 milhões de toneladas de açúcar. Em final de safra, a produção de açúcar não atingirá os 36,4 milhões de toneladas previstos pela Conab para a região, segundo ele.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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