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    Vera Guimarães Martins

    Jornalismo em campo minado

    27/07/2014 02h00

    Um dos assuntos mais espinhosos do jornalismo, o conflito Israel-Palestina é praticamente o único tema de "Mundo" capaz de despertar opiniões e debates acirrados no Brasil. Quando há, como agora, um agravamento das hostilidades, multiplicam-se as pressões sobre a Redação e as reclamações de desequilíbrio na cobertura, brandidas indistintamente pelos dois lados.

    Foram muitas nos últimos dias. A charge sobre as crianças mortas, o título sobre o recorde de soldados israelenses mortos, deixando na linha-fina o número muito maior de vítimas em Gaza, a legenda do site que dizia que Israel massacrava palestinos; tudo entra na linha de tiro.

    Algumas queixas têm razão, outras não, mas isso pouco importa; a razão é sempre a primeira vítima num longo conflito. Não são um problema da Folha, mas do mundo.

    Na média, o jornal tem feito uma cobertura correta, que melhorou sensivelmente a partir de quarta (23), com a chegada do enviado especial, que conhece bem a região.

    Qualquer conflito exige cuidado ao ser reportado, mas o de Israel-Palestina tem um complicador: é tão avassaladora a assimetria entre os dois lados que a mera tentativa de tratar o problema com isenção já é intolerável para o leitor engajado –afinal, como é possível ser isento quando uma nação rica e bem armada está lutando contra outra tão proletária e despossuída?

    Por esta mesma lógica, é desejável –ou "moralmente justo"– que todos se coloquem a favor do mais fraco. Governos até fazem isso; o noticiário que se quer imparcial não pode cair na armadilha.

    Leitores costumam esquecer que jornais não falam para um público ideologicamente homogêneo, até porque isso não existe. Há dissensões e opiniões divergentes em Gaza ou Israel. Cabe à imprensa ser uma fonte de informação minimamente confiável para a maioria.

    Num terreno minado por nacionalismos, compaixão e ideologias, fazer isso sem escorregar é quase impossível. Como todo mundo, jornalistas também estão sujeitos aos efeitos das notícias que (re)produzem. Evitar que o subjetivo contamine o trabalho exige uma busca diária pela linguagem mais neutra.

    O Instituto da Imprensa Internacional (IPI, na sigla em inglês), organização sediada na Áustria, decidiu traduzir essa dificuldade em um guiazinho chamado "Use With Care: A Reporter's Glossary of Loaded Language in the Israeli-Palestinian Conflict" (Use com Cuidado: Um Glossário da Linguagem Controversa no Conflito Israelense-Palestino). Trata-se de um manual com os termos mais indicados para reportar o conflito, evitando armadilhas linguísticas que possam incitar o ódio ou perpetuar estereótipos.

    Escrito por seis profissionais que atuam na região, o guia trilíngue (inglês, árabe e hebraico) pode ser baixado do site freemedia.at.

    Sua leitura é útil não só para jornalistas ou interessados no conflito: os verbetes dão uma mostra de como é fácil cimentar tijolos no muro de incompreensão entre os dois povos. Basta a palavra errada.

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    O imbróglio do aeroporto

    A manchete do último domingo (20), "Minas fez aeroporto em terra de tio de Aécio", pautou o mundo político e provocou muitas contestações à série de reportagens.

    Aécio Neves afirma que não é correto dizer que a obra foi feita na terra de seu tio, já que a área havia sido desapropriada antes da licitação. O argumento está tecnicamente correto: uma vez decretada a desapropriação, o terreno passou a pertencer ao Estado.

    Mas isso não é suficiente para invalidar o enunciado; a tecnicalidade não pode sobrepujar o fato de que o aeródromo fica num enclave na fazenda de seu tio.

    Acho que a chamada da "Primeira Página" tinha outros problemas. Como observei na crítica interna, a informação de que a área foi desapropriada por um valor que o próprio parente contesta só aparecia no penúltimo parágrafo. A reportagem ainda jogava dúvidas sobre os critérios técnicos para a escolha do local, mas não soube informar quais eram eles.

    Leia, a seguir, a íntegra da mensagem enviada pela coligação Muda Brasil, do candidato tucano, e a mensagem enviada pela assessoria do governo de Minas Gerais.

    *

    REPORTAGEM

    Leia aqui a reportagem original.

    COLIGAÇÃO DE AÉCIO NEVES CONTESTA REPORTAGENS SOBRE AEROPORTO

    A Folha vem, desde domingo, cometendo erros em sua cobertura sobre o aeroporto construído pelo governo de Minas Gerais no município de Cláudio, a despeito de todos os esclarecimentos prestados por Aécio Neves, candidato à Presidência pela coligação Muda Brasil, e por sua assessoria.

    Mostramos a seguir quais foram os erros cometidos e o descaso adotado pelo jornal com as verdades apresentadas.

    1. A manchete de domingo (20/7) –"Minas fez aeroporto em fazenda de tio de Aécio"– e o título da reportagem interna na pág. A4 –"Governo de Minas fez aeroporto em terra de tio de Aécio".

    A verdade: o aeroporto não foi construído em fazenda de tio de Aécio Neves, o que desde o início foi demonstrado ao jornal. O aeroporto foi construído em uma área do Estado. Somente no penúltimo parágrafo da reportagem da pág. A4 o jornal diz que o governo do Estado desapropriou a área antes da licitação do aeroporto e que discute com o antigo proprietário na Justiça o valor da indenização. Se o terreno é do Estado, a manchete e o título interno da Folha estão errados.

    2. Ainda no domingo, a Folha publicou que o aeroporto foi construído com dinheiro público, mas tem uso privado.

    A verdade: o aeroporto é de uso público e o processo de homologação teve início em julho de 2011.

    Não se compreende em que a Folha se baseou para fazer tal afirmação. Pelo que se apreende da reportagem, o jornalista, mesmo estando na cidade de Cláudio, estranhamente não se interessou em fazer o que seria um registro obrigatório: ouvir o prefeito e os empresários da cidade. Transformou um diálogo informal em verdade oficial e absoluta. O fato de o prefeito ter esclarecido que a chave do aeroporto fica com a prefeitura não interessou ao jornal.

    3. Na terça-feira (22), a Folha repetiu os erros relacionados à posse do terreno no título da "Primeira Página" ("Aeroporto em terra de parente de Aécio Neves será investigado") e no da matéria interna ("Anac investigará aeroporto em terreno de tio de Aécio").

    A verdade: o aeroporto foi construído em terra do Estado. Na véspera, os títulos da versão on-line do jornal já apresentavam os mesmos erros, e a assessoria de Aécio Neves procurou o jornal com este argumento, mas foi ignorada. O jornal sustenta que os títulos se justificam pelo fato de o terreno continuar no nome do tio-avô de Aécio até que o impasse judicial seja resolvido. O jornal está equivocado. A imissão de posse para o Estado foi dada pela Justiça antes de as obras começarem. Portanto, a obra não foi feita em terra de parente de Aécio. A obra foi feita em terra do Estado. O que está em discussão agora não é a posse, mas o valor da indenização.

    O valor da desapropriação, na avaliação feita pelo Estado, foi de R$ 1 milhão. O antigo proprietário reivindica R$ 9 milhões e o caso está na Justiça.

    É incompreensível como a Folha insistiu diversos dias em buscar no fato de as terras estarem em nome do antigo proprietário alguma base para os seguidos erros de que a obra foi feita em terra de parente.

    Em um processo de desapropriação, a imissão de posse em favor do Estado é irreversível. O fato de haver discussão na Justiça sobre o valor da indenização não afeta a posse definitiva. Disputas sobre valor de indenização podem se arrastar por anos e a titularidade de uma área só é transferida ao poder público ao final de todo o processo.

    Pareceres de dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto e Carlos Velloso, atestaram a legalidade do processo. Os dois documentos foram entregues à reportagem da Folha.

    Outra informação de que o jornal dispõe poderia ter esclarecido o assunto. A Secretaria Nacional de Aviação Civil transferiu, em abril de 2014, a jurisdição do aeroporto de Cláudio para o Estado. Uma das condições para que isso ocorra é a regularidade da posse do terreno. No caso, o governo federal também reconhece que o terreno pertence ao Estado.

    Mas, não sendo tudo isso suficiente, a busca de outros exemplos da realidade poderiam comprovar os erros cometidos pela Folha. Há iguais disputas de valores em torno da desapropriação de obras conhecidas que se arrastam por décadas e nunca colocaram em dúvida a propriedade do poder público.

    4. Na reportagem de quinta (24), "Lei deu nome de tio de Aécio para aeroporto em MG", o erro sobre a posse do terreno persiste. Diz trecho da matéria: "Já falecido, Oswaldo era irmão de Múcio Tolentino, 88, outro tio-avô do presidenciável e dono do terreno onde o governo de Minas construiu o aeródromo."

    A verdade: o terreno é do Estado. A repetição desse erro, apesar dos sucessivos esclarecimentos, é inaceitável em um jornal com a seriedade da Folha.

    5. Na reportagem de sexta-feira (25), na capa e na página A4, o jornal diz que "Aeroporto pode ajudar tio de Aécio em ação na Justiça". O texto assinado pelo jornalista não sustenta a afirmação do título. A verdade é exatamente a oposta.

    A verdade: É totalmente falsa a afirmação de que o dinheiro da desapropriação ajudaria o tio a pagar um possível ressarcimento aos cofres públicos, caso ele venha a ser condenado em ação civil pública. A terra era a garantia do pagamento. Se o aeroporto não viesse a ser construído, a terra iria a leilão e pagaria a dívida de 450 mil reais. Ou seja, a desapropriação não ajudou em absolutamente nada ao tio do senador.

    Também chama atenção o fato de o jornalista ter novamente evitado ouvir o prefeito e o presidente da Asimec (Associação das Indústrias Metalúrgicas de Cláudio), que reúne os empresários locais e que se manifestou publicamente sobre o assunto em vídeo postado no site da entidade.

    A Folha também ignorou ou deu pouco destaque a informações importantes para o conhecimento da verdade acerca da construção do aeroporto de Cláudio. Vejamos:

    1. Na segunda-feira (21), a Folha noticiou no título principal da página A7: "Promotor abre inquérito para analisar obra". Na terça-feira, a assessoria do candidato informou à imprensa que o Ministério Público, a partir de uma denúncia anônima, já investigou o assunto e arquivou o inquérito por não encontrar nenhuma irregularidade.

    Essa informação, no entanto, apareceu somente no décimo parágrafo da reportagem de quarta-feira (23/7), com o título "Aécio monta força-tarefa para rebater acusações". Cabe perguntar: para o jornal, a informação de que a Promotoria vai investigar é mais importante do que dizer que já investigou e não encontrou nenhuma irregularidade? Por que a primeira merece o título principal de uma página e a segunda, não? Em tempo: ao contrário do que afirmou o jornal na matéria de quarta-feira (23), o relatório da promotora responsável pelo caso não tem somente quatro páginas. Essas quatro páginas fazem parte do inquérito, cuja íntegra foi colocada à disposição da imprensa pela assessoria de Aécio Neves em evento público, do qual a reportagem da Folha participou.

    O inquérito foi aberto em 2009 e arquivado em fevereiro de 2014. Três promotores assinam o pedido de arquivamento por não se vislumbrar "qualquer irregularidade que justifique a adoção de medidas outras pelo Ministério Público".

    2. Ainda na reportagem de quarta-feira, a Folha afirmou: "Em São Paulo, no evento desta terça-feira, o presidenciável limitou-se a repetir argumentos apresentados desde que o caso veio a público. 'A campanha começou do jeito que nossos adversários gostam: com mentiras, com ataques à honra', afirmou."

    Não é verdade. Aécio falou por mais de quatro minutos com os jornalistas. O repórter da Folha estava presente. Entre outras coisas, o candidato disse que o Estado avaliou a área em R$ 1 milhão, mas o antigo proprietário pediu R$ 9 milhões. "A área foi desapropriada com um valor depositado de R$ 1 milhão. Se teve alguém favorecido foi o Estado, e não meu parente", disse Aécio. Segundo ele, o terreno escolhido estava dentro da fazenda porque assim seria mais barato para o erário, uma vez que ali já existia uma pista de terra. O candidato disse também: "Estou entregando para vocês hoje dois pareceres de dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal, ministros Ayres Britto e Carlos Velloso, atestando a absoluta legalidade do ato que foi feito pelo governo estado de Minas Gerais". Ele ainda tratou da investigação já realizada pelo Ministério Público. E concluiu: "A obra foi feita dentro da lei. Obras rodoviárias, de telefonia, aeroportos para atender aos interesses de Minas Gerais. Essa sempre foi a marca do meu governo".

    Otávio Cabral, assessor de imprensa da Coligação Muda Brasil

    RESPOSTA DA EDITORIA "PODER"

    1. Não há erro. O governo do Estado escolheu o terreno do tio do senador para construir o aeroporto, e a desapropriação foi apenas uma decorrência da decisão de executar a obra nesse lugar. As reportagens da Folha sobre o assunto deixam clara a situação jurídica da propriedade.

    2. Não há erro. No primeiro contato com a reportagem, a Prefeitura de Cláudio informou que interessados em usar o aeroporto deveriam procurar a família do Sr. Múcio Tolentino, que seria responsável pela guarda das chaves do aeroporto. A prefeitura só veio a público "esclarecer" a questão após a publicação da reportagem, enviando carta que não pôde ser publicada por falta de assinatura.

    3. Não há erro, como esclarecido na primeira resposta.

    4. Não há erro, como esclarecido na primeira resposta.

    5. Não há erro. É óbvio que a desapropriação ajuda o tio do senador, como fica evidente nos esclarecimentos prestados pelo governo do Estado à Folha. Se não houvesse a desapropriação, o Sr. Múcio Tolentino poderia perder o terreno para pagar sua dívida com a Justiça, ou teria que arranjar de outra maneira os recursos necessários para cumprir a decisão judicial. Com a construção do aeroporto e a desapropriação do terreno, ele receberá uma indenização do Estado, que poderá ser até mesmo superior ao valor da dívida decorrente da ação do Ministério Público.

    A Folha ouviu representantes de dez empresas locais, incluindo duas que aparecem no vídeo indicado pela assessoria da campanha, e publicou reportagem a respeito na edição de sexta-feira.

    6. A Folha registrou as conclusões do Ministério Público Estadual. Em nenhum momento a assessoria da campanha do senador ofereceu algo além do relatório final dos promotores. Como é óbvio, as conclusões desses promotores não impedem que outros abram novo inquérito a respeito do mesmo assunto se acharem pertinente.

    7. As informações transmitidas pela campanha e seus argumentos foram analisados com cuidado e sua essência foi reproduzida pela Folha durante a semana.

    *

    INTERESSE PÚBLICO ESTÁ GARANTIDO, DIZ GOVERNO DE MG

    O Governo do Estado de Minas Gerais manifesta a sua incompreensão pelo fato de não estar tendo seus esclarecimentos sobre o assunto referente à construção do aeroporto do município de Cláudio (MG) consideradas por este jornal.

    Os gritantes erros cometidos pela reportagem publicada na sexta-feira (25) são exemplos da forma sensacionalista com que a cobertura tem sido feita sobre o tema.

    O repórter tem ignorado as informações prestadas, apesar do empenho do governo em esclarecer todas as suas dúvidas. Em nenhum momento o repórter ouviu o governo sobre a tese apresentada hoje, que é facilmente desmentida pelas próprias informações que ele tinha em mãos.

    Ao contrário do que diz a matéria "Aeroporto pode ajudar tio de Aécio em ação judicial", caso venha a ser condenado no futuro por antiga Ação Civil Pública, para o Sr. Múcio Tolentino não faz nenhuma diferença pagar a dívida com a terra que estava em garantia ou com os recursos depositados em juízo pela desapropriação, o que torna incompreensível, por falsa, a reportagem de sexta da Folha.

    O depósito em juízo dos valores da desapropriação garante os recursos para o possível pagamento da Ação Civil Pública. Se não houvesse a desapropriação e os recursos dela advindos, o pagamento seria feito com o leilão da terra. Ou seja, o interesse público está garantido de qualquer forma.

    Lamentamos que as informações que têm sido fornecidas pelo governo do Estado não estejam sendo levadas em consideração.

    Teodomiro Braga, superintendente Central de Imprensa do Governo do Estado de Minas Gerais

    RESPOSTA DA EDITORIA "PODER"

    As informações transmitidas pelo governo do Estado e seus argumentos foram analisados com cuidado e sua essência foi reproduzida pelo jornal durante a semana.

    A carta do Sr. Teodomiro Braga apenas confirma a reportagem publicada hoje: "O depósito em juízo dos valores da desapropriação garante os recursos para o possível pagamento da Ação Civil Pública. Se não houvesse a desapropriação e os recursos dela advindos, o pagamento seria feito com o leilão da terra."

    Ou seja, se não houvesse a desapropriação, o Sr. Múcio Tolentino perderia a terra para pagar sua dívida com a Justiça, ou teria que arranjar de outra forma os recursos necessários para cumprir a decisão judicial. Com a construção do aeroporto e a desapropriação do terreno, ele receberá uma indenização do Estado, que poderá ser até mesmo superior ao valor da dívida decorrente da ação civil pública.

    *

    ÍNTEGRA DA NOTA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

    Em relação à matéria da Folha de S.Paulo desta quinta-feira (24) "Ministro atuou junto aos EUA para ajudar Maluf", o Ministério da Justiça esclarece que:

    1. O deputado federal Paulo Maluf requisitou formalmente ao ministro da Justiça, em decorrência da sua inclusão na Difusão Vermelha da Interpol (lista de fugitivos da justiça) pelas autoridades norte-americanas, que: a) fossem tomadas providências para que seu nome fosse retirado da aludida Difusão Vermelha por essa inclusão ter sido, a seu ver, ilegal; b) fosse expedido comunicado ao procurador-geral dos Estados Unidos da América, nos termos do art. I do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal - MLAT (Decreto-Lei n. 3.819), para que fosse facultado exercer atos pertinentes ao seu exercício de defesa (depoimento por meio de videoconferência ou carta rogatória) em território brasileiro.

    2. Após regular a tramitação pelos órgãos internos competentes, foi informado ao interessado que: a) seria indevida a tomada de quaisquer providências junto à Interpol, uma vez que a inclusão ou retirada de nomes da Difusão Vermelha é de competência exclusiva do país em que se processa a ação penal; b) o Ministério da Justiça, na qualidade de autoridade central para a cooperação jurídica internacional, faria uma consulta às respectivas autoridades centrais americanas acerca do pedido de depoimento por meio de videoconferência, ou para que pudesse ser ouvido em território nacional.

    3. O Ministério da Justiça encaminhou consulta formal às autoridades centrais norte-americanas em maio de 2012.

    4. Em 12 de julho do mesmo ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América respondeu negativamente à consulta.

    Desse modo, ao contrário do que sugere a matéria em questão, o procedimento realizado pelo Ministério da Justiça foi rigorosamente adequado e não qualifica qualquer beneficiamento extraordinário ao parlamentar interessado. Salienta-se, ainda, que o mesmo procedimento seria e será adotado pelo Ministério da Justiça em quaisquer casos similares eventualmente requeridos por qualquer cidadão brasileiro.

    vera guimarães martins

    Escreveu até julho de 2016

    Jornalista, foi ombudsman da Folha. Atualmente é repórter especial. Está no jornal desde 1990.

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