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    Vinicius Mota

    Pesadelos de conflagração

    07/03/2016 02h00

    SÃO PAULO - O casal responsável pelo marketing eleitoral de Lula e Dilma está preso em Curitiba, sem data para deixar o cárcere, exposto a uma implacável pressão para abrir a boca e contar o que sabe. Chefes de grandes empreiteiras estão no estágio posterior e delatam relações criminosas com comandantes da política federal nos últimos 13 anos.

    A peça dissidente, Marcelo Odebrecht e seus executivos, nunca correu tanto risco de acabar o jogo com a bomba das piores condenações a explodir em seu colo. O publicitário João Santana e sua mulher empurraram para a empreiteira baiana mais uma tonelada de dinamite. Eleva-se a probabilidade de a Odebrecht aderir à "colaboração premiada".

    Transações entre empresas investigadas na Lava Jato, propriedades de lazer, o instituto e a família Lula da Silva formam um poderoso conjunto indiciário de, no mínimo, confusão graciosa entre o público e o privado. Na primeira ponta estão contratos bilionários com o governo.

    Diante dessa avalanche a sufocar a presidente da República, seu antecessor e o PT, é ocioso discutir se foi apropriada a condução coercitiva de Lula nesta sexta (4). Esse detalhe não muda o curso dos acontecimentos.

    A Presidência Dilma Rousseff está irremediavelmente destruída. O PT definha em praça pública. Lula vai dedicar os próximos meses, assim como tem feito nos anteriores, exclusivamente a salvar a própria pele e a de seus familiares.

    As expectativas de ressurgimento do velho Lula e do PT -com sua base movida a fundos públicos a atemorizar incautos com pesadelos de conflagração- são ilusões aprisionadas no simulacro das redes sociais.

    No país real não há nenhum estímulo para defender o statu quo encarnado por Dilma, Lula e o PT. O desemprego se espalha, a inflação corrói o salário e a política federal só produz horrores. Se uma nova maioria ainda não surgiu, da velha não se espere nada além de apodrecimento.

    vinicius mota

    É secretário de Redação da Folha. Foi editor de Opinião (coordenador dos editoriais) e do caderno 'Mundo'.
    Escreve às segundas-feiras.

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