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    Shintori, restaurante japonês dos Jardins, fecha as portas após 40 anos

    JOSIMAR MELO
    COLUNISTA DA FOLHA

    02/02/2016 19h07

    Gladstone Campos
    SPRW Shintori prato principal - shokado bento (degustação de pratos tradicionais em caixa estilo
    Degustação servida em bentô no restaurante, em 2009

    Mais uma instituição da gastronomia paulistana fecha as portas. Depois de servir seu último jantar no dia 23 de dezembro passado –quando completou 40 anos– o Shintori não vai mais reabrir.

    No caso, mais do que a onipresente crise financeira, a pressão imobiliária pode ter sido mais importante para o desfecho. O lindo prédio de 1.800 metros quadrados de área construída em estilo japonês, todo feito sem pregos ou parafusos, foi inaugurado pela multinacional Suntory com este nome em 1975. Adquirido em 2005 por um grupo de investidores, quando mudou o nome para Shintori, há tempos era alvo do assédio de construtoras.

    Finalmente os sócios cederam diante diante de uma proposta considerada irrecusável. "O restaurante ia muito bem, servíamos em média 6.000 clientes por mês", diz a sócia-operadora Nancy Saeki, que no entanto admite que a área de eventos, que funcionava no segundo andar e era requisitada principalmente por empresas, teve queda no movimento.

    "As ofertas de compra vinham de muito tempo. Depois de 40 anos o edifício estava precisando de um bom investimento em reformas, e tivemos que decidir entre fazer esta enorme inversão ou aceitar uma proposta vantajosa", diz Saeki, que acredita que valerá mais a pena investir agora num ponto menor, e que eventualmente possa se multiplicar –segundo ela, várias localizações já estão em andamento.

    O Suntory, depois Shintori, era um marco na cidade, por sua qualidade gastronômica e por sua arquitetura, mas também por representar um modelo de restaurante japonês –elegante e com diversos ambientes, cada um dedicado a uma vertente da cozinha daquele país– que era único, mesmo numa cidade com tantos outros japoneses espalhados. Mas talvez não seja mesmo o momento para casas de tamanha dimensão –como foram os finados Massimo, Bar des Arts e Leopolldo.

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