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    Salgueiro mostra importância histórica do tambor para povos e religiões

    FELIPE MAIA
    da Folha Online

    24/02/2009 00h18

    O Salgueiro, segunda escola a desfilar na noite desta segunda-feira no Carnaval do Rio, fez uma homenagem ao tambor, apresentando a história do instrumento e sua importância para manifestações artísticas e religiosas.

    A agremiação --segunda colocada na disputa de 2008-- começou a apresentação por volta das 22h50 e encerrou sua participação à 0h10. Problemas com dois carros alegóricos, ainda na concentração, geraram apreensão na escola de samba.

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    Veja o samba do Salgueiro

    Este é o segundo dia de desfiles na Sapucaí: a primeira escola a entrar na avenida foi a Porto da Pedra Na sequência, Imperatriz Leopoldinense, Portela, Mangueira e Viradouro encerram a noite.

    Rafael Andrade/Folha Imagem
    Componentes do Salgueiro desfilam enredo sobre o tambor; veja outras imagens
    Componentes do Salgueiro desfilam enredo sobre o tambor; veja outras imagens

    Cerca de 4.100 pessoas participaram do desfile, que teve 36 alas e oito alegorias. A última vez que o Salgueiro venceu o Carnaval do Rio foi em 1993, com o enredo "Peguei um Ita no Norte".

    Para o primeiro carro da escola, o abre-alas, foi chamada a Intrépida Trupe, grupo que mistura teatro, dança, circo e acrobacias --os artistas representaram vários ritmos, guiados por grandes tambores que tinham as cores do Salgueiro: vermelho e branco. Eles faziam piruetas usando cordas e uma espécie de cama elástica. A agremiação investiu R$ 400 mil só nessa alegoria.

    A escola começou a ter problemas no desfile na entrada do segundo carro alegórico, chamado Essência Ritual, que teve problemas para entrar na avenida. A alegoria mostrava o uso pré-histórico do instrumento, por parte de comunidades tribais, que o construíam com peles de animais, por exemplo.

    No terceiro setor do desfile, o Salgueiro mostrou o uso místico dos tambores por várias culturas --há crendices sobre a influência do toque do objeto sobre bons e maus espíritos e na comunicação com os deuses.

    Entretanto, o terceiro carro da escola, Raízes Místicas do Tambor, também teve problemas para entrar no desfile --o veículo ficou preso e enroscou em um poste de semáforo, quebrando a parte de cima do sinal. Isso fez com que a escola tivesse um buraco entre as alas.

    Tambor brasileiro

    O Salgueiro também fez homenagem à tradição do boi bumbá, em especial à festa de Parintins, no Amazonas, que tem participação importante no Carnaval --a proliferação de carros alegóricos com movimento é creditada a profissionais formados na festa amazonense.

    No sexto carro, a escola mostrou a diversidade dos ritmos do Nordeste brasileiro, com representações de forró, xaxado e maracatu, entre outros. Essa região brasileira também foi representada no sétimo carro, que tinha a forma de um grande trio elétrico, popular no Carnaval de Salvador --Carlinhos Brown foi um destaque da alegoria.

    Entretanto, a escola usou o veículo para mostrar não só o uso musical do tambor, mas também a importância do instrumento para projetos sociais realizados por grupos como Olodum, Timbalada e Afroreggae.

    Para a última alegoria, o Salgueiro chamou mestres de bateria de agremiações concorrentes para fazer uma homenagem a um segmento que é considerado o "coração" de uma escola de samba.

    Grupo Especial

    Antes do Salgueiro, a Porto da Pedra abriu a segunda noite de desfiles do Grupo Especial. Depois, desfilam Imperatriz Leopoldinense, Portela, Mangueira e Viradouro.

    Na primeira noite se apresentaram Império Serrano, Grande Rio, Vila Isabel, Mocidade Independente, Beija-Flor e Unidos da Tijuca.

    Com DIANA BRITO, colaboração para a Folha Online, no Rio

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