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    Deputados protocolam processo contra Bolsonaro na Câmara

    DE SÃO PAULO

    30/03/2011 16h52

    Deputados protocolaram, na noite da última terça-feira (29), uma representação para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) seja investigado pela Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar, por causa de comentários supostamente racistas feitos por ele durante uma programa de televisão.

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    No quadro "O Povo Quer Saber", do programa CQC, da TV Bandeirantes, exibido na segunda-feira (28), a cantora Preta Gil perguntou como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.

    O parlamentar, que tem um extenso histórico de polêmicas relacionado a direitos civis e humanos, respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu."

    Bolsonaro alegou não ter tido a intenção de fazer nenhuma declaração racista. Disse que, na realidade, pensou que a pergunta se referisse a um relacionamento gay. "Essa se encaixa na resposta que eu dei. Para mim, ser gay é promíscuo, sim".

    A representação, assinada por 20 deputados, pede ainda que Bolsonaro seja destituído da Comissão de Direitos Humanos e Minorias pelo seu partido."'Não cabe uma pessoa que não defenda esses direitos atuar em uma comissão voltada para esse fi"', disse a presidente do colegiado, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS).

    "Desta vez, Bolsonaro caiu na própria armadilha ao fazer declarações racistas. Se antes ele podia injuriar as mulheres, os homossexuais e outras minorias impunemente, agora ele cometeu um crime previsto pela Constituição", disse o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos signatários do documento.

    A representação também será encaminhada ao Ministério Público e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

    OUTRO LADO

    Bolsonaro informou que pediria a sua convocação pelo Conselho de Ética da Câmara para esclarecer o caso e disse não ser racista. O deputado afirmou que pensou estar criticando o casamento gay, e não o namoro de uma mulher negra com um homem branco.

    "O que eu entendi da Preta Gil foi o seguinte: caso seu filho tenha um relacionamento com um gay, como você procederia? Foi isso que eu entendi. Tanto é que, se pegar minha resposta, não casa com a pergunta do CQC. Alguma coisa errada aconteceu: ou eu não entendi a pergunta, que eu acho que é o mais certo, ou até um possível equívoco no tocante à edição da matéria. Só isso e mais nada. Até porque, quem seria maluco de dar uma resposta daquela? Até mesmo uma pessoa racista não responderia aquilo, muito menos alguém que depende de voto para ficar aqui", disse o deputado.

    "Tenho funcionários negros, minha esposa é afrodescendente e o meu sogro é mais negro que mulato" afirmou Bolsonaro.

    Editoria de arte/Editoria de Arte/Folhapress

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