• Cotidiano

    Monday, 20-May-2024 08:20:51 -03

    Sem confronto, favela da Rocinha é ocupada para instalação de UPP

    DE SÃO PAULO

    13/11/2011 07h23 - Atualizado às 08h15

    A favela da Rocinha, na zona sul do Rio, foi ocupada pelas forças de segurança neste domingo. Não foram disparados tiros durante a operação, e a situação é tranquila na região. A ocupação é o primeiro passo para a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade.

    Veja galeria de imagens da ocupação
    Polícia vasculha casa de luxo de traficante
    Helicóptero da polícia lança panfleto pedindo denúncia
    Ocupação devolveu a paz à Rocinha, diz Cabral
    Após ocupação da Rocinha, 13 armas são apreendidas
    Por telefone, Cabral agradece Dilma por apoio

    Em entrevista, o chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio, coronel Pinheiro Neto, afirmou que foram ocupadas as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Segundo ele, a situação estava sob domínio da polícia às 6h --as forças de segurança começaram a entrar na favela por volta das 4h.

    A operação começou às 2h30, com a interdição dos acessos às favelas. O trânsito começou a ser liberado por volta das 7h30 --quando blindados já haviam descido da favela.

    Segundo a polícia, cerca de 3.000 homens participaram da ação --que contou com com sete helicópteros, 18 blindados da Marinha e mais sete da Polícia Militar (caveirões). Pinheiro Neto explicou que foram usados 1.300 policiais nas ruas, 194 fuzileiros navais, 186 policiais civis, 160 policiais federais e 46 policiais rodoviários.

    Policiais informaram que os traficantes, no início, espalharam barricadas no Vidigal para evitar o avanço dos blindados. Na Rocinha, criminosos espalharam óleo na pista para tentar dificultar o avanço da polícia. Não houve confronto.

    Por volta das 6h, foram ouvidos fogos de artifício na Rocinha, possivelmente disparados pelos traficantes. Houve um princípio de incêndio, e durante alguns momentos era possível ver chamas, seguidas de muita fumaça. Não houve nenhuma explosão, e aparentemente o fogo foi causado pela queima de algum material inflamável em alguma ruela ou barraco, deixando a polícia em alerta.

    No sábado (12), véspera da ocupação, policiais do Batalhão de Choque reforçaram as revistas a carros e pessoas nos acessos às favelas.

    A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).

    Marcelo Sayo/Efe
    Blindado circula pelas ruas da Rocinha após ocupação da favelas pelas forças de segurança
    Blindado circula pelas ruas da Rocinha após ocupação da favela pelas forças de segurança

    NEM

    Na quarta-feira passada, foi preso Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, 35, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.

    O governo quer saber quem seriam os policiais que, segundo Nem disse em depoimento informal à Polícia Federal, recebiam propina de cerca de R$ 500 mil por mês.

    "Espero que essa pessoa revele o que ela sabe tanto em relação a desvios de conduta de agentes públicos, quanto na arquitetura do tráfico", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

    O traficante disse que faturava, em média, R$ 1 milhão por mês com o tráfico e que metade era distribuída para policiais. Ele não deu nomes.

    Divulgação
    Nem tem cabeça raspada em seu primeiro dia na cadeia
    Nem tem cabeça raspada em seu primeiro dia na cadeia

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024