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    No Pará, prefeito é suspeito de mandar capturar e exterminar cães

    JONES SANTOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BELÉM

    06/06/2013 17h11

    O Ministério Público do Pará e a Delegacia do Meio Ambiente estão investigando denúncias de que a Prefeitura de Santa Cruz do Arari, no arquipélago do Marajó, teria ordenado a captura de cães nas ruas da cidade para exterminá-los.

    Imagens divulgadas pela imprensa local mostram cães sendo capturados, amarrados e amontoados em uma pequena embarcação. Um animal aparece morto no rio e outro, tentando sair das águas.

    A promotora Jeanne de Oliveira pretende coletar as imagens divulgadas na imprensa e ouvir moradores para elucidar as denúncias e responsabilizar os culpados, informou em nota. "Relatos iniciais de moradores afirmam que o gestor municipal já teria inclusive admitido em entrevista a alguns veículos de comunicação que teria dado a ordem para a retirada dos cães das ruas, alegando questões de saúde pública."

    A denúncia recebida pela Dema (Delegacia Especializada de Meio Ambiente do Pará) também diz que a iniciativa partiu do prefeito Marcelo Pamplona (PT) e afirma, inclusive, que ele ofereceu dinheiro para quem ajudasse a exterminar os cães, como medida de controle de zoonoses.

    Reprodução/TV Globo
    Os moradores da Ilha de Marajó, no Pará, recolhem cães soltos nas ruas da cidade; prefeito estaria dando dinheiro como recompensa
    Os moradores da Ilha de Marajó, no Pará, recolhem cães soltos nas ruas da cidade; prefeitura estaria dando dinheiro como recompensa

    Ainda segundo a denúncia, os valores seriam de R$ 5 por cão e R$ 10 por cadela. Centenas de cães teriam sido capturados e, depois, jogados em um rio ou abandonados em uma ilha deserta próxima ao município.

    Segundo o delegado Marcos Lemos, da Dema, uma diligência foi enviada a Marajó para apurar os fatos. "Nossa equipe está acompanhada de médicos veterinários que vão averiguar se os maus-tratos se confirmam." Os responsáveis podem ser acusados de crime contra a fauna, que prevê pagamento de multa e pena de três meses a um ano de prisão.

    Alilsom Guimarães, assessor do prefeito, diz que a ordem para exterminar os animais não partiu da prefeitura. Ele atribui as acusações a disputas políticas locais. "O prefeito desconhecia esse fato. Ele estava em Belém e só soube pela imprensa o que estava acontecendo", afirma.

    Guimarães confirma, no entanto, que a prefeitura tentou acabar com o excesso de animais na cidade levando-os para áreas rurais do município, mas sem agredir ou exterminar os cachorros. "Eles foram levados para as comunidades do Francês, São Marcos e Mocoões, mas não houve ordem para que fossem maltratados ou mortos", diz Guimarães.

    O assessor disse também que a prefeitura irá apurar o que aconteceu para que os animais sofressem os maus-tratos mostrados nas imagens.

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