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    Justiça oferece vagas em presídios federais a presos do MA

    DE BRASÍLIA

    05/01/2014 15h17

    Após fim de semana de violência, o governo federal ofereceu ajuda ao Maranhão, que é alvo de uma série de ataques ordenados de dentro dos presídios estaduais.

    Escutas gravadas com autorização judicial e exibidas neste domingo pelo 'Fantástico' (TV Globo) mostram Hilton John Alves Araújo conversando com Jorge Henrique e com a mãe sobre a ação.

    Hilton John, 27, é conhecido como Praguinha. Jorge Henrique, 21, é conhecido como Dragão e está preso desde 2012 no complexo de Pedrinhas. Os dois são apontados como coordenadores das ações de dentro do presídio.

    Em uma das escutas, Jorge reclama da ocupação do presído pela polícia e Força Nacional de Segurança.

    Em seguida, Hilton liga para alertar a mãe. "Não vai pegar ônibus hoje nem amanhã. Vai rolar uma chacina", diz.

    O Ministério da Justiça ofertou hoje vagas para a transferência de presos de alta periculosidade do complexo de Pedrinhas -o maior do Maranhão e epicentro da crise- onde 62 detentos morreram desde 2013.

    O governo maranhense diz que estuda a proposta.

    As ações começaram na noite de sexta-feira, quando criminosos incendiaram quatro ônibus em São Luís e atacaram uma delegacia. No sábado, outro distrito policial também foi alvo de tiros.

    No ataque ao ônibus, seis pessoas ficaram feridas –uma criança de seis anos corre risco de morte.

    Um policial aposentado morreu durante tiroteio.

    A onda de medo deixou os moradores assustados e afetou até 50 mil pessoas que usam transporte público noturno –a circulação dos ônibus foi suspensa.

    Onze pessoas foram detidas –nove adultos e dois adolescentes–sob suspeita de envolvimento nos ataques. Entre eles, Praguinha.

    A truculência das mortes na prisão, com decapitações, é alvo de críticas de organismos internacionais.

    No fim do ano passado, o Batalhão de Choque da Polícia Militar assumiu a segurança de Pedrinhas, mas a situação não se acalmou.

    "As condições do sistema prisional e da segurança pública no Maranhão formam um quadro calamitoso", disse o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous.

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