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    Mário Morel (1937-2014) - Jornalista revelou corrupção policial

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    06/01/2014 00h00

    O jornalista Mário Morel, 76, não glamorizava sua profissão. Em depoimento ao Centro de Cultura e Memória do Jornalismo, em 2008, assim definiu o posto.

    "Eu não penso em ser jornalista como uma coisa transcendental. É uma profissão como outra qualquer."

    Morel começou a carreira aos 16. Filho do reconhecido jornalista Edmar Morel, logo se desfez da sombra do pai. Aos 23, fez o que é considerada a primeira reportagem sobre corrupção policial.

    A série de matérias, que mostrava extorsão a comerciantes, recebeu menção honrosa do Prêmio Esso.

    Trabalhou no "Última Hora", "Mundo Ilustrado", "Diário da Noite", convivendo com jornalistas como Joel Silveira e Samuel Wainer.

    Em 1981, desempregado, viajou a São Bernardo (SP) e passou 15 dias com o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. O fruto foi o livro "Lula, o início", um dos primeiros sobre o petista.

    Na TV, foi um dos pioneiros no telejornalismo nas TVs Excelsior e Rio. Desde a década de 1980 trabalhou na TVE, onde criou o formato do programa "Sem Censura".

    Após mais de 20 anos, foi demitido em 2009 da TV Brasil (que sucedeu a TVE).

    "Fala-se muito em fazer TV pública. Mas não faz porque o governo —todos— diz: 'A gente vai pagar para ser esculhambado?' [...] No Brasil não tem mentalidade para isso, infelizmente".

    Ele morreu na sexta-feira, vítima de infarto. Foi enterrado no sábado, no cemitério São João Batista.

    coluna.obituario@uol.com.br

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