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    Leoa é encontrada morta em estrada de Taboão da Serra, na Grande SP

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    08/01/2014 11h34

    Uma leoa foi encontrada morta na tarde de ontem em uma estrada de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A prefeitura diz que o animal não pertence ao zoológico municipal, onde quatro felinos morreram no últimos quatro meses.

    O corpo do felino foi encontrado na estrada Tenente José Maria da Cunha, próximo à secretaria municipal da Saúde. O animal foi levado à zoonose, que investigará a causa da morte.

    Após as mortes anteriores, a prefeitura decidiu reformar o zoológico da cidade.

    A reforma, que deverá adequar o local às normas do Ibama, foi prometida depois da pressão de moradores da cidade e entidades de proteção dos animais, que acusavam a administração pública de abandono do parque e negligência com os animais.

    O zoológico apresenta grades enferrujadas e remendadas e cativeiros sem ventilação ou sem proteção de chuva. Há dois anos, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente já havia autuado o parque por essas falhas.

    A prefeitura admite a necessidade de reformas estruturais. No entanto, alega que problemas na infraestrutura não tiveram relação com as mortes de um casal de tigres siberianos, de um leão e de uma jaguatirica entre os meses de agosto e novembro do ano passado.

    Segundo Rodrigo Xavier, biólogo responsável pelo zoológico, a proximidade das mortes foi uma coincidência.

    "Nós fizemos tudo por eles, mas passamos por uma nuvem negra nos últimos meses", diz ele.

    Foram apresentados à Folha os laudos veterinários dos animais. Um deles é o da tigresa Sacha, de 13 anos, sacrificada na Faculdade de Medicina Veterinária da USP.

    Sacha morreu de câncer e insuficiência renal quatro meses depois de seu companheiro, Zetti, de 13 anos, que também teve insuficiência dos rins. Ambos viviam juntos há dez anos e nasceram no Zoológico de São Paulo.

    Entre os dois óbitos, morreram também a jaguatirica Lippy, de idade indeterminada, e o leão Zulu, por complicações da contaminação bacteriana contraída quando o animal ainda vivia no Zoo Safari de São Paulo, em 2003.

    Os quatro felinos eram, ao lado da leoa Helga, as principais atrações do zoológico, que tem cerca de 300 animais, principalmente aves, répteis e macacos.

    "Mesmo quando o parque teve menos atenção do poder público, não faltou comida e cuidados médicos", diz uma das veterinárias que trabalha no zoológico.

    "Durante o tratamento do [tigre] Zetti, foram três meses em que nenhum dos veterinários tirava folga para que estivéssemos aqui cuidando dele. É triste pensar que alguém considere que ele ou qualquer outro animal tenham sofrido maus tratos", diz ela.

    Um relatório independente está sendo elaborado pela bióloga Elizabeth Teodorov, a pedido da Comissão de Proteção e Defesa Animal, da OAB de São Bernardo do Campo.

    Teodorov adiantou que as reformas nos recintos são essenciais para a continuidade do funcionamento do zoológico e que, no entanto, não constatou sinais de maus-tratos aos animais.

    A Prefeitura de Taboão da Serra ainda não tem estimativas de custo e de prazo da reforma, que deverá ser licitada ainda em janeiro.

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