O Casarão Júlia Ferraz, imóvel bicentenário no centro de Atibaia (a 64 km de São Paulo), começou a receber obras de emergência nesta semana. Com abalos na estrutura, a construção corria risco de desabar, principalmente com a chegada das chuvas.
Segundo a Prefeitura de Atibaia, foram colocados postes de madeira e outras instalações para escorar as paredes e o teto. Esta primeira etapa de obras, de responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura, visa apenas preservar a estrutura do casarão.
A prefeitura diz que, posteriormente, buscará recursos financeiros para a restauração do prédio, para que ele possa ser utilizado como centro cultural e turístico.
Tombada em 1975, a edificação abrigou nos últimos 30 anos feiras de artesanato e eventos culturais.
Ao desgaste do tempo, somaram-se problemas causados por infiltrações de água das chuvas, sobretudo durante uma reforma da praça da Matriz, de 2009 a 2011. Uma das fachadas se abriu na junção com telhado. O prédio também apresenta fendas visíveis nas paredes, que são de taipa de pilão.
A intervenção municipal ocorre após requerimentos, desde 2009, da Associação dos Proprietários e Amigos do Solar, que representa os 60 donos do imóvel. Em novembro, a Câmara Municipal aprovou o projeto que autoriza a prefeitura a realizar as obras e reparos de conservação do imóvel.
O solar foi erguido em 1776. No século seguinte, foi ampliado pelo Coronel Manoel Jorge Ferraz, membro do Partido Liberal, que conspirava pela Revolução Liberal de 1842.