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    PMs são principais suspeitos de chacina em Campinas (SP)

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO
    REYNALDO TUROLLO JR.
    ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

    15/01/2014 00h30

    Embora não admita em público, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo adotou como principal linha de investigação a hipótese de que policiais militares estejam envolvidos na morte de 12 pessoas em Campinas (SP).

    A Corregedoria da PM já designou agentes para a apuração, alguns à paisana. Pessoas estão sendo ouvidas com base no programa de proteção à testemunha. Ontem, foram ouvidos vizinhos e parentes de vítimas. Quinze testemunhas devem depor hoje.

    Os ataques, ocorridos na noite de domingo e madrugada de segunda na periferia, teriam sido uma resposta à morte de um PM. Ele reagiu a um assalto em sua folga.
    Ontem, o prefeito Jonas Donizette (PSB) e o secretário Fernando Grella Vieira se reuniram em Campinas.

    O prefeito disse ter pedido que as apurações não fossem conduzidas só pela polícia local. Por isso, agentes do departamento de homicídios foram enviados a Campinas.
    "A cidade está muito assustada. Campinas nunca viveu algo semelhante. Por isso, pedimos toda a ajuda possível", disse Donizette.

    COLETIVA

    Em conversa com pessoas próximas, Grella mostrou irritação com o caso e disse que se empenhará pessoalmente em entregar os culpados.

    O caso está sendo comparado aos assassinatos em janeiro do ano passado, no Campo Limpo, em São Paulo, quando seis PMs foram presos acusados de participar da morte de sete pessoas.

    Apesar de nos crimes de Campinas a avaliação interna apontar suspeita contra a PM, em entrevista coletiva Grella evitou especular sobre o caso e defendeu a corporação.

    "Eu só queria lembrar que uma instituição como a PM tem relevantes serviços prestados à comunidade e tem cerca de 90 mil homens em suas fileiras. Portanto, uma instituição com esse tamanho pode ter eventualmente algumas pessoas que tenham desvios", disse o secretário.

    Grella foi nomeado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em novembro de 2012, após uma série de ataques em São Paulo semelhantes. Uma de suas missões era controlar o que o governo chamava de "excessos da Polícia Militar".

    Recém-nomeado para o cargo de ouvidor das polícias, o advogado Júlio César Fernandes Neves esteve em Campinas ontem e afirmou que "existem indícios" de que PMs participaram dos crimes.

    Editoria de Arte/Folhapress

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