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    Resolução sobre socorro a vítimas gerou crise entre polícia e governo

    DE SÃO PAULO

    21/01/2014 03h01

    Nos primeiros meses da resolução, policiais militares deixaram de socorrer vítimas de ferimentos de bala e proibiu a interferência de familiares dos feridos, culminando numa crise com o governo de São Paulo.

    Na época, a PM afirmou que a decisão de proibir que familiares fizessem o transporte de feridos tinha por objetivo dar segurança à própria vítima e atender a resolução do governo.

    Foi numa dessas ocasiões, em março de 2013, que parentes de um adolescente da Brasilândia (zona norte de São Paulo) foram proibidos de levar o jovem para o hospital.

    A mãe do garoto, identificada com V., de 43 anos, afirmou que os policiais isolaram a área onde seu filho e outros sete jovens tinham sido baleados por homens não identificados e não deixaram ninguém se aproximar.

    "Quando cheguei tinha mais de 15 viaturas da polícia no local. Eles disseram que não podíamos socorrer ninguém", disse.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    V., 43, diz que foi impedida por policiais de socorrer o filho, um adolescente baleado em 2013
    V., 43, diz que foi impedida por policiais de socorrer o filho, um adolescente baleado em 2013

    Apenas após confronto dos moradores com a PM, o jovem foi levado ao hospital por amigos. O filho de V. sobreviveu após o socorro, mas ao menos um dos adolescentes baleados morreu no local.

    Em resposta à atitude policial, moradores da região queimaram ônibus.

    Depois do caso, a cúpula da Secretaria da Segurança afirmou que os policiais não podiam proibir que familiares ou vizinhos socorram um ferido.

    A PM, então, mudou de posicionamento e disse que a interpretação dos policiais foi equivocada.

    Para o promotor de Justiça Luiz Roberto Faggioni a resolução começou a ser divulgada como uma proibição para a polícia prestar socorro.

    A pasta, entretanto, afirma que sempre houve a recomendação para que, caso não houvesse condições do Samu chegar ao local, a polícia prestasse o socorro aos feridos.

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