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    Cansados da polícia, jovens levam 'rolezinhos' para os parques de SP

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    24/01/2014 03h01

    "A gente não não quer mais levar enquadro de segurança, então é melhor fazer "rolezinho" no parque", diz Vinícius Andrade, 17, um dos mais ativos participantes dos encontros de jovens.

    Após uma série de liminares na Justiça e de uma investigação policial para apurar crimes, os "rolezinhos" estão mudando de endereço.

    Em vez dos shoppings, grupos de jovens que marcam os encontros no Facebook agora estão combinando os eventos em áreas públicas como o parque Ibirapuera (zona sul), onde está previsto um megarrolezinho, feriado de aniversário da cidade.

    Dois eventos marcados por grupos diferentes tinham 6,6 mil confirmados até ontem.

    A ideia dos "rolezeiros" é evitar embates com seguranças e a PM e escapar da multa de R$ 10 mil, que vem sendo estipulada por juízes que acolhem pedidos dos shoppings para barrar os eventos.

    Nos "rolezinhos" em shoppings, os jovens entram pacificamente. Lá dentro, costumam entoar refrões de funk estilo ostentação e, às vezes, promover correrias.

    Até a noite de ontem, pelo menos 4,7 mil pessoas confirmaram presença na página do "Rolezinho do Ibirapuera Party II". Outras 1,9 mil prometem aparecer no "Rolezinho no Parque Ibirapuera II. Vem todo Mundo!". Para hoje, às 18h, um "rolezinho" no Shopping Aricanduva tem menos de mil confirmações.

    "Estão discriminando a gente no shopping, achando que a gente vai roubar. Então, vamos marcar no parque e fazer o de sempre: dar um rolê, curtir e tentar beijar umas minas", diz Vinicius, que organiza um dos eventos. Plinio, 17, o Alemão, concorda. "A gente fez um rolê menor no parque na semana passada e nenhum PM nem segurança veio pedir documento. Bem melhor", conta.

    ESTACIONAMENTOS

    A secretaria da Igualdade Racial diz que tentará fechar um acordo na próxima semana com o Ministério Público e donos de shoppings para que os estacionamentos dos centros de compras possam ser usados pelos jovens.

    Segundo a secretaria, há um acordo informal para para que os shoppings abram mão de medidas judiciais.

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