• Cotidiano

    Saturday, 18-May-2024 17:18:22 -03

    Passageiros retidos em avião quebram porta de emergência; chuva causa atrasos

    DO RIO
    DE SÃO PAULO

    25/01/2014 00h40

    As complicações causadas pelas chuvas que atingiram São Paulo tiveram reflexo nos aeroportos do país. Passageiros de um voo da Gol quebraram as portas de emergência da aeronave e arremessaram objetos na pista do aeroporto do Galeão, no Rio, revoltados com a espera.

    O voo 1371 seguia de Cuiabá (MT) para São Paulo, mas não pôde pousar no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, que ficou fechado entre 17h30 e 18h30, por conta do mau tempo. Com isso, o voo acabou desviado para o aeroporto do Galeão.

    De acordo com o empresário Marcelo Minikoviski, que estava no voo, os passageiros teriam ficado mais de duas horas na aeronave, sem poder desembarcar no Galeão e sem que fossem informados dos motivos da demora.

    Ele disse ainda que o pouso aconteceu em uma área remota, longe dos fingers -espécie de passarelas que ligam os aviões à área de desembarque dos aeroportos. Os passageiros teriam, então, que sair da aeronave por escadas e serem transportados por ônibus até o desembarque.

    Marcelo Minikoviski/Leitor
    Revoltados com atraso, passageiros forçam portas de emergência e "protestam" em asa de avião no Galeão
    Revoltados com atraso, passageiros forçam portas de emergência e "protestam" em asa de avião no Galeão

    Minikoviski afirmou que passageiros revoltados quebraram a porta de emergência e arremessaram objetos na pista. Alguns deles chegaram a subir na asa do avião. Uma das passageiras do voo, que se identificou como promotora de Justiça, exigiu a presença da Polícia Federal na aeronave e ameaçou denunciar os responsáveis pelo voo por cárcere privado.

    A companhia afirma que havia 80 passageiros no avião, que pousou no Rio às 17h50. A aeronave então foi direcionada pelo controle do aeroporto para o pátio do Terminal de Cargas devido à falta de espaço nos pátios dos terminais 1 e 2.

    A Gol disse, em nota, que o local onde o avião precisou aguardar "é distante e possui acesso limitado aos serviços de atendimento em solo de responsabilidade da Companhia (escadas) e da Infraero (transporte), o que impossibilitou as atividades de desembarque."

    A companhia afirmou também ter providenciado "alimentação e hospedagem aos clientes com voos cancelados ou atrasados" e, com relação aos passageiros que acionaram a porta de emergência, a Gol afirma que a atitude "infringe as normas de segurança e constituem um ilícito passível de punição".

    A empresa afirma ainda que precisou aguardar até às 21h56 a autorização para decolagem com destino a Congonhas. Segundo a Infraero, o avião decolou às 22h22.

    ATRASOS

    A Gol afirmou em nota que 14 voos que pousariam em Congonhas e em Cumbica, em Guarulhos (na Grande São Paulo), foram afetados pelas chuvas e deslocados para Viracopos, em Campinas (2), para o de Confins, em Minas (3), para o aeroporto do Galeão (5), para o Santos Dumont, no Rio (2) e para Curitiba (2).

    Em Viracopos, devido a lotação da área de estacionamento, dois voos precisaram aguardar três e quatro horas até serem autorizada a seguir para a área de desembarque.

    A reportagem esteve no aeroporto de Cumbica na noite desta sexta-feira e encontrou passageiros aguardando em corredores e escadas. Em alguns casos, as viagens estavam até quatro horas atrasadas. A Folha não conseguiu, no entanto, contato com a concessionária responsável pelo aeroporto para saber o início de atraso e cancelamento.

    "É uma vergonha uma situação dessa em pleno século 21. A gente se sujeitar a isso, não receber nenhum tipo de comunicado da empresa. Estão nos tratando como se estivessem fazendo um favor", afirmou Peter Anderson da Costa Silva, que embarcaria às 21h40 para Brasília, mas ainda aguardava no chão do aeroporto por volta das 23h.

    Em alguns momentos, os passageiros demonstravam bom humor apesar da espera, aplaudindo a cada chamada para embarque, mas alguns grupos também demonstravam impaciência. Um grupo que decolaria para Belo Horizonte às 19h15 provocou um princípio de tumulto no balcão de embarque ao ser informado, por volta das 23h10, que o voo seria cancelado por falta de tripulação.

    Em Congonhas, 72 dos 231 voos programados para esta sexta saíram com atraso superior a uma hora. O número corresponde a 31,2% do total. Já os cancelamentos atingiram 12 voos (2,5%).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024