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    Lydia Alimonda (1917-2014) - Pianista dedicada à música clássica

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    27/01/2014 00h01

    No último mês de vida, Lydia Alimonda só se alimentava por sonda e precisava de ajuda para levantar da cama. Mas, sentada na cadeiras de rodas, em frente ao piano, instrumento que a acompanhou desde os cinco anos, ainda ensinava um de seus alunos.

    Lydia teve uma vida dedicada à música clássica. Nos anos 1940 e 1950, apresentou-se como solista no Brasil, nos EUA e na Europa, divulgando o trabalho de compositores brasileiros como Claudio Santoro, Camargo Guarnieri e Heitor Villa-Lobos.

    Na década seguinte, foi coordenadora do departamento cultural do Consulado Geral da Áustria e, em 1970, fez parte da comissão que criou o Festival de Inverno de Campos do Jordão, em São Paulo.

    Descobriu o talento para o piano influenciada pela mãe, que incentivava os filhos a tocar —um irmão, Heitor, também era pianista e uma irmã, Altea, violinista.

    Após ganhar um concurso organizado pelo maestro Luigi Chiaffarelli, passou a ter aulas com Agostino Cantù, conhecido por ter formado dezenas de pianistas pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Aos 12 anos, Lydia vinha sozinha de trem de Araraquara, no interior, à capital paulista para estudar.

    Mais tarde, foi aluna de renomados professores em Nova York, Zurique e Viena.

    Nas horas de folga, gostava de desenhar, jogar baralho e se reunir com a família.

    Morreu na quarta-feira (22), aos 96 anos. Viúva do suíço Arnold Haller, deixa os filhos, Robert e Elizabeth, cinco netos e quatro bisnetos —a mais velha já segue os passos da bisavó.

    coluna.obituario@uol.com.br

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