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    Governo de SP teme racionamento de água no ano eleitoral

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    01/02/2014 03h25

    Na tentativa de evitar o racionamento no Estado, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) lança hoje uma campanha de incentivo à economia de água, oferecendo descontos de 30% na conta do consumidor que reduzir o uso.

    Os detalhes foram fechados ontem, em reunião no Palácio dos Bandeirantes, da qual participaram integrantes da cúpula do governo e da empresa.

    A iniciativa vai seguir os mesmos moldes da que ocorreu em 2004, quando consumidores que reduziram o uso da água em 20% tiveram abatimento do mesmo percentual na conta.

    Desta vez, no entanto, o desconto será maior: 30% para quem diminuir seu consumo em 20%.

    O desconto será apresentado como um "bônus" ao consumidor que aderir à campanha. A Sabesp fez um contrato emergencial de publicidade para divulgar a ação.

    A possibilidade de racionamento deixou em alerta a equipe do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tema é extremamente sensível, especialmente em ano eleitoral.

    APAGÃO

    Além de irritar o eleitor, que se sente lesado pelo problema, há temor de exploração política e a vinculação com a crise do "apagão", que ocorreu na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.

    Na ocasião, em junho de 2001, o governo federal lançou o programa de racionamento de energia, que obrigava consumidores de todo o país a diminuir o consumo de luz em 20%, sob pena multa sobre o valor excedido.

    Além do desconto na conta, a Sabesp estuda adotar outras medidas para compensar a baixa nos reservatórios de água, especialmente o sistema Cantareira, principal responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo.

    Ele atingiu o pior índice em 39 anos de operação por causa da falta de chuvas –atualmente conta com apenas 22,2% de sua capacidade. Há um ano, 52% dos reservatórios estavam completos.

    Anteontem, a Sabesp afirmou que o nível de chuvas na região nos últimos dois meses é o menor desde 1930.

    Por causa do baixo nível dos reservatórios, cerca de 1,6 milhão de consumidores da zona leste de São Paulo passaram a ser abastecidos pela bacia do Alto Tietê.

    CAMPANHA

    Dentro da estatal, técnicos acreditam que, com a redução voluntária do consumo, será possível evitar o racionamento e manter o abastecimento funcionando até a normalização das chuvas.

    Em 2004, quando a campanha semelhante foi lançada, quase metade da população atingiu a meta de redução de 20% no consumo.

    Outros 20% diminuíram o uso da água, mas não chegaram a bater a meta estabelecida pelo governo.

    SISTEMAS DE ÁGUA CANTAREIRA E TIETÊ

    CANTAREIRA
    - Opera com 22,2 % da capacidade
    - Chuva acumulada na região do reservatório neste mês: 87,8 mm
    - Média histórica de chuvas para o período 259,9 mm

    ALTO TIETÊ
    - Opera com 44,7 % da capacidade total
    - Chuva acumulada na região do reservatório este mês: 187,7 mm
    - Média histórica de chuvas para o período: 246,6 mm

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