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    Roubo é principal hipótese para ataque a filho de Alckmin em SP

    REYNALDO TUROLLO JR.
    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    05/02/2014 04h00

    Assalto ou sequestro relâmpago são as principais hipóteses investigadas pela polícia como motivação do ataque a Thomaz Alckmin, 30, filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB), na noite do último domingo, no Morumbi (zona oeste de São Paulo).

    Essa linha de investigação foi confirmada à Folha por policiais ligados ao caso e assessores do governo. Para eles, os indícios são de que os criminosos não sabiam se tratar do filho de Alckmin.

    O Hyundai i30 –sem blindagem– de Thomaz, que estava junto com a filha de nove anos, foi interceptado por quatro criminosos que seguiam à frente em um Nissan Tiida, que fez um "cavalo de pau" (manobra brusca).

    Ao descerem do Tiida, os criminosos foram surpreendidos por quatro policiais militares que faziam a escolta de Thomaz. Os seguranças estavam divididos em dois carros GM Cruze logo atrás do filho do governador.

    Houve troca de tiros e os criminosos fugiram.

    GOVERNADOR

    O governador disse ontem que a polícia investiga todas as hipóteses e que o governo "não se intimida" com o crime. "A hipótese de roubo do carro, ação deliberada, nada disso está descartado", disse.

    A polícia afirma não eliminar a hipótese de atentado orquestrado pelo crime organizado, mas considera que uma série de elementos enfraquecem essa hipótese.

    Entre eles está o fato de que os criminosos não tinham comparsas dando cobertura –é comum, em casos de crimes planejados, atacar primeiro a escolta.

    Os seguranças não mencionaram em depoimento que as armas usadas pelos bandidos eram de grosso calibre. O uso de fuzis e metralhadoras indicaria um planejamento para vencer os seguranças.

    O carro dos criminosos levou cinco tiros. Já os veículos da escolta não foram atingidos e há uma suspeita de que um dos disparos feitos pelos bandidos tenha atingido de raspão o i30 de Thomaz.

    Segundo os seguranças, os criminosos gritaram "mata!" durante o tiroteio. A polícia suspeita que o grito só tenha ocorrido depois que os seguranças deram voz de prisão aos bandidos –seria, portanto, uma ameaça contra os policiais, não contra Thomaz.

    Fortalece a tese de tentativa de roubo o fato de o Tiida dirigido pelos criminosos na ação ter sido roubado três dias antes a 1,2 km do local do ataque. A região é visada por ladrões.

    Promotores que investigam o crime organizado disseram que a hipótese de ação da facção criminosa PCC é remota.

    Isso porque a facção vive um momento de "calmaria" nos presídios, já que a Justiça negou, em 2013, a transferência de 35 presos para o RDD (regime de isolamento).

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