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    Rio de Janeiro

    Mulher que denunciou tortura a jovem preso a poste diz ser ameaçada

    DIANA BRITO
    DO RIO

    05/02/2014 20h58

    A filóloga Yvone Bezerra de Melo, coordenadora do projeto Uerê, que ajudou um adolescente de 17 anos torturado e preso a um poste na zona sul do Rio, disse na tarde desta quarta-feira que está sendo ameaçada por anônimos no Facebook. O rapaz seria suspeito de roubo.

    "Estou sendo ameaçada por várias pessoas de estar defendendo bandido. Estou de saco cheio dessa sociedade", disse muito nervosa após sair da 9º DP (Catete). Ela prestou depoimento durante 40 minutos.

    Na noite da última sexta (31), o jovem foi encontrado nu, espancado e amarrado pelo pescoço a um poste, no Flamengo, zona sul. Nem ele, nem os criminosos foram localizados. A polícia só soube do caso após moradores postarem uma foto do menor agredido no Facebook.

    A filóloga que denunciou a violência não quis conversar com os jornalistas hoje. A delegada Monique Vidal disse que Yvone foi chamada por um vizinho para socorrer o jovem. À polícia, a mulher disse que "PMs estavam por perto, mas ela já havia acionado os bombeiros, que levaram o rapaz ao hospital".

    Reprodução/Facebook/Yvonne Bezerra de Mello
    Adolescente foi acorrentado nu após ser agredido a pauladas no Rio
    Adolescente foi acorrentado nu após ser agredido a pauladas no Rio

    VIOLÊNCIA

    Ao menos 14 jovens foram detidos na madrugada de terça-feira (4), no parque do Flamengo, após dois homens dizerem à polícia que foram ameaçados por eles. Segundo os denunciantes, o grupo seria conhecido como "os justiceiros".

    À polícia, um deles contou que são feitas convocações em uma comunidade no Facebook para que sejam realizados "patrulhamentos" contra assaltos na região. Vidal explicou que todos são investigados por tentativa de lesão corporal.

    A delegada confirma ainda se eles também participaram da agressão ao adolescente acorrentado ao poste. "Ninguém pode fazer isso, prender uma pessoa a um poste. É trabalho da polícia, que deve ser acionada em qualquer caso", disse a delegada.

    Sobre os assaltos frequentes no bairro do Flamengo, Vidal afirmou que é preciso estender as rondas da PM na região. "É o trabalho da Polícia Militar que precisa ser ampliado", destacou.

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