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    PMs reforçam estoque de equipamentos para protestos da Copa

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA
    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    10/02/2014 12h00

    A aproximação da Copa e a expectativa de novos protestos estão levando as PMs de diferentes Estados a se preparar em diversas frentes para conter os manifestantes violentos em capitais que sediarão as partidas.

    Entre as ações, há monitoramento de redes sociais, compra de armas não letais e de equipamentos e cursos sobre situações de risco direcionados aos policiais.

    No Paraná, onde uma segunda onda de protestos é tida como "certa" pelas forças de segurança, o delegado federal Flúvio Garcia, presidente da Coesge (comissão estadual de segurança para grandes eventos), acredita que o risco de vandalismo é "inafastável".

    "Estamos trabalhando para reduzi-lo ao mínimo possível", afirmou.

    A capital paranaense espera protestos sobretudo com a proximidade da Copa. O estádio para o Mundial, a Arena da Baixada, é o mais atrasado do país e os governos federal e estadual já admitiram fazer novos empréstimos para evitar o descredenciamento de Curitiba para o campeonato.

    A principal aposta da polícia do Paraná são abordagens pontuais e preventivas na concentração dos protestos, inclusive com armas de fogo, para inibir potenciais encrenqueiros.

    Já durante as passeatas a orientação é usar apenas armas não letais, como balas de borracha e gás lacrimogêneo, em caso de confusão.

    As medidas incluem ainda um centro de comando e controle, alimentado por cerca de mil câmeras de monitoramento, já instalado em Curitiba, e dois caminhões com câmeras, televisores e telefones, que funcionarão como centros de comando móveis perto do estádio.

    No Rio Grande do Sul, a ordem do governador Tarso Genro (PT) ao comando da polícia é atuar nos protestos com "muita superioridade" numérica para que não seja necessário usar a força, e realizar as prisões no "momento adequado", quando não houver por perto pessoas sem relação com o protesto.

    Em Natal, o efetivo de 3.200 policiais participa do treinamento ministrado pelo Ministério da Justiça desde outubro, assim como em Fortaleza. O curso orienta como agir em situações de risco durante a Copa, como ameaças de bombas, ações violentas e aglomeração de pessoas em vias de acesso.

    ATENÇÃO REDOBRADA

    Os investimentos em Natal estão concentrados na compra de equipamentos antibomba, escudos, sprays de pimenta e câmeras de segurança para detectar a ação de possíveis vândalos.

    "A segurança já iria existir naturalmente, mas a possibilidade de manifestações fez a polícia redobrar a atenção no treinamento", afirma o tenente-coronel Alarico Azevedo, responsável pelo preparo da tropa.

    Na Bahia, onde a Secretaria de Segurança Pública não prevê mudanças nem de conduta nem de aparelhamento para lidar com protestos, a seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) mantém desde junho uma subcomissão para dar apoio jurídico aos detidos em protestos.

    O grupo é formado por 25 advogados que atuam voluntariamente na defesa dos manifestantes e na interlocução com o governo e a PM –no ano passado, 80 pessoas receberam o apoio da entidade.

    Segundo o presidente da OAB-BA, Luiz Viana Queiroz, a orientação é dar apoio a todos os detidos, inclusive os suspeitos de vandalismo. "Na hora do tumulto, não há como individualizar a ação."

    Colaboraram JOÃO PEDRO PITOMBO, de Salvador, e ANDRÉ UZÊDA, de Fortaleza

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