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    Justiça decreta prisão de suspeito de acender rojão que matou cinegrafista

    DO RIO

    11/02/2014 00h44

    O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro decretou na noite de segunda-feira (10) a prisão temporária de Caio Silva de Souza, suspeito de ter disparado o rojão que atingiu a cabeça e causou a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade.

    Ele seria o homem vestido de camiseta cinza que aparece nas imagens do dia da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus, que aconteceu na última quinta-feira (6), próxima à Central do Brasil, no centro do Rio.

    O delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), já havia pedido na tarde de ontem a prisão temporária do suspeito. A imagem de Caio Silva de Souza, em foto e vídeos não divulgados pela investigação, foi identificada pelo manifestante Fábio Raposo Barbosa, 22.

    Divulgação/TV Bandeirantes
    O cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, 49, teve morte cerebral após ser atingido por um rojão em ato no Rio
    O cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade, 49, teve morte cerebral após ser atingido por um rojão

    O reconhecimento ocorreu na tarde de segunda na cadeia pública Juíza Patrícia Lourival Aciolli, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde Raposo está preso desde a manhã de domingo. Ambos, como relata o delegado, foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso qualificado e crime de explosão e podem pegar até 35 anos de prisão.

    "Através de nosso serviço de inteligência, obtivemos informações sobre o suspeito. Num primeiro momento (depoimento prestado na madrugada do último sábado, 8), Fábio (Raposo) disse não reconhecer, mas hoje, incentivado pelo advogado, resolveu colaborar", conta Maurício Luciano.

    "O que eu posso dizer é que, conforme o depoimento de Fábio, eles não se conheciam e se encontraram durante a manifestação. Ele disse ainda que o suspeito é uma pessoa agressiva", comenta o agente, confirmando que a investigação tem a localização do suspeito

    O delegado afirma que consta no inquérito crime de homicídio intencional, mas que este, no entanto, não seria um atentado contra à liberdade de imprensa. "Foi para atingir as forças policiais, mas o cinegrafista, infelizmente, foi colocado ali, no meio do fogo cruzado", opina.

    Sem detalhar, Maurício Luciano disse que o suspeito tem duas passagens pela polícia, uma delas como vítima durante manifestação.

    Fábio Raposo Barbosa também tem duas passagens pela polícia. Na 5ª DP (Centro), ele foi autuado em 7 de outubro 2013, e responde por crime de dano ao patrimônio público e associação criminosa. Na 14ª DP (Leblon), em 22 de novembro de 2013, por crime de ameaça. Ambas as situações envolvem contextos de desordem pública, segundo assessoria de imprensa da Polícia Civil.

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