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    Rio de Janeiro

    Em entrevista, suspeito admite que acendeu rojão que matou cinegrafista

    DE SÃO PAULO
    DO RIO

    12/02/2014 12h27

    O auxiliar de serviços gerais Caio da Silva Souza admitiu, em entrevista exclusiva para a Rede Globo, que acendeu o rojão que atingiu e matou o cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade. A vítima foi ferida na manifestação ocorrida no centro do Rio na última quinta-feira (6) conta o aumento da tarifa de ônibus.

    Para a polícia, no entanto, ele afirmou que só falará em juízo.

    Ainda segundo a reportagem da Globo, Souza disse ainda que não sabia que era um rojão e afirmou que acendeu o artefato com o tatuador Fábio Raposo, 22, que também está preso. Para ele, o artefato era um "cabeção de nego" [um artefato que funciona como uma bomba e que não é projetado com um rojão]. Os dois foram identificados após serem divulgadas imagens deles durante o protesto.

    Na conversa, ele também disse que há jovens que são atraídos por terceiros a participar do protesto: "Alguns vão aliciados sim, outros não". Questionado sobre quem o teria aliciado, ele não deu maiores detalhes. "Isso eu não sei dizer à senhora, a polícia tem que investigar", acrescentou.

    Souza disse que fugiu pois ficou com medo de ser morto. Ele foi preso na madrugada de hoje, na cidade de Feira de Santana (a 100 km de Salvador, na Bahia). "Ele não admitiu, não negou [o crime]. Só fala em juízo", disse o delegado responsável pelo inquérito, Maurício Luciano de Almeida, da 17ª DP (São Cristóvão).

    Caio Souza estava em uma pousada e teria chegado ao local na tarde da terça-feira. Segundo a polícia, vizinhos disseram que o jovem deixou sua casa em Nilópolis, na Baixada Fluminense, com uma mochila acompanhado do pai e da madrasta, na manhã de segunda (10).

    "Encontramos o Caio num cômodo pequeno da pensão. Ele estava extremamente acuado e assustado, sem se alimentar", afirmou o delegado.

    Almeida não confirmou que o jovem usou nome falso. Ele disse que contou com o apoio da namorada de Caio Souza e com o advogado dele Jonas Tadeu para localizá-lo na Bahia.

    Em entrevista à "TV Globo", Jonas Tadeu afirmou não considerar que houve uma fuga e, sim, uma apresentação. Já o delegado diz que o jovem aceitou negociar com a polícia no meio da fuga.

    A intenção dele, de acordo com a polícia, era fugir para casa dos avós paternos na cidade de Ipu, no Ceará. Mas o jovem não teria dinheiro para continuar a viagem. "A família do Caio é muito pobre. A mãe desempregada, não tem renda. Ele chegou a pedir uma assistente social pra ela", disse o delegado.

    Gabriel de Paiva/Agência O Globo
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