• Cotidiano

    Sunday, 28-Apr-2024 14:57:34 -03

    Rio de Janeiro

    Preso pela morte de cinegrafista diz que recebeu oferta para ir a protesto

    DO RIO

    13/02/2014 21h36

    Em depoimento prestado de madrugada no complexo penitenciário de Bangu, para onde foi levado na quarta-feira, o manifestante Caio Silva de Souza, 22, afirmou ter recebido oferta de dinheiro para atuar em protestos.

    Souza e outro manifestante, Fabio Raposo, 22, estão presos sob acusação de ter deflagrado o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, 49.

    No depoimento, Souza disse, no entanto, não saber detalhes sobre a fonte de pagamento, nem deixou claro se chegou a aceitar o dinheiro.

    No termo, o jovem faz referência a "pessoas" que oferecem apoio financeiro para pagar passagem, lanches e quentinhas para quem voltasse nas passeatas seguintes. Ele disse acreditar que "os partidos que levam bandeiras é que são os mesmos que pagam os manifestantes".

    Daniel Marenco/Folhapress
    Caio da Silva Souza admitiu ter acendido o artefato que matou o cinegrafista da Band durante protesto
    Caio Silva de Souza (centro) afirmou ter recebido oferta para participar de protestos

    Souza citou o PSOL, PSTU e a FIP (Frente Independente Popular) como as siglas presentes nas passeatas. Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.

    O rapaz diz ainda que pessoas distribuem pedras e apetrechos aos participantes.

    O depoimento ocorreu sem a presença de seu advogado, Jonas Tadeu Nunes. A polícia afirma que não conseguiu localizá-lo a tempo.

    Nunes disse que abandonará o caso se o depoimento prestado sem sua presença for anexado ao inquérito.

    Souza apontou Raposo como o responsável por acender o rojão que matou Andrade. Contou que o tatuador lhe entregou o rojão dizendo: "Acende aí, acende aí". "Mas quem acendeu foi o Fábio enquanto o declarante [Souza] segurava o artefato, que depois colocou no chão já aceso", diz o termo, divulgado pelo jornal "Extra".

    Souza disse que deixou o artefato na direção dos PMs e não tinha a intenção de acertar o cinegrafista.

    "Não sei quem acendeu, só sei que os dois confirmaram que participaram da ação", afirmou o delegado do caso, Maurício Almeida.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024