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    Rede social reúne entusiastas da maconha medicinal

    JAIRO MARQUES
    DE SÃO PAULO

    16/02/2014 01h55

    Eles não são se consideram usuários típicos de maconha, pois não buscam recreação nem ter um "barato". São pessoas que defendem o uso da erva com fins medicinais. A página recém-aberta por eles em uma rede social, registrou cerca de 100 mil visitas e 1.500 adesões em dois dias.

    A iniciativa, que tem como lema "apologia à cura", visa aumentar a pressão para que o Brasil libere o uso da maconha no alívio de sintomas de doenças que podem provocar dores severas e incômodos como insônia, espasmos, vômito, enjoo e falta de apetite.

    Há relatos de benefícios, com comprovação científica, para a saúde de pessoas com câncer, esclerose múltipla, epilepsia, mal de Parkinson e Aids, entre outras doenças.

    Avener Prado/Folhapress
    Maria Antonia Goulart integra o grupo que defende a liberação da maconha medicinal
    Maria Antonia Goulart integra o grupo que defende a liberação da maconha medicinal

    Uma das expoentes da iniciativa criada no Facebook, com a página "Eu Uso Maconha Medicinal", a artista plástica Maria Antonia Goulart, 65, defende a liberação da erva.

    Ela teve câncer no intestino, em 2007, e fez uso da cannabis para combater enjoos, falta de sono e dores ocasionadas pelos tratamentos.

    Curada, desenvolveu fibromialgia, que causa dores diversas pelo corpo, e resolveu continuar usando maconha, mesmo na clandestinidade.

    "A página foi criada para engrossar uma luta que visa melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas. A proibição é fruto de preconceito e de ignorância", diz.

    A lei brasileira não permite produzir, consumir e comercializar a erva, prevendo penas de prisão para quem a descumpre.

    DEPOIMENTOS

    Um dos atrativos da página são depoimentos de pessoas que contam como a cannabis ajudou no processo de enfrentamento de enfermidades.

    O relato do designer Gilberto Castro, 40, vítima de esclerose múltipla, já foi compartilhado quase 300 vezes.

    "Esse boom foi uma surpresa. Em 15 minutos, recebi vários contatos de pessoas com o mesmo problema que eu e que usam a maconha. Espero que entendam que não estou cometendo um crime."

    O neurocientista Renato Filev, 29, pesquisador e doutorando na Unifesp no programa de orientação e atendimento a dependentes químicos, é um dos entusiastas da iniciativa criada na internet.

    Filev ressalta que a maconha clandestina envolve riscos, porque pode ter fungos e a composição adulterada.

    Segundo o especialista, a cannabis medicinal deve ser vaporizada, não tragada.

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