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    Cheia histórica do rio Madeira deixa desabrigados em Rondônia

    JAIRO BARBOSA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO VELHO

    16/02/2014 17h06

    O nível do rio Madeira atingiu 17,52 metros neste domingo (16) em Porto Velho, um recorde em cem anos de medições.

    Por causa da cheia, 580 famílias estão desabrigadas na capital de Rondônia e outras 272 na zona rural.

    No interior do Estado, quatro cidades enfrentam problemas com o transbordamento de rios e duas, Guajará Mirim e Nova Mamoré, estão isoladas.

    A enchente atingiu um nível crítico em menos de uma semana, quando o governo estadual decretou estado de emergência e pediu socorro ao Ministério da Integração Nacional.

    Segundo o coronel Demargli Costa Farias, oficial de comunicação do Corpo de Bombeiros de Rondônia, 2.790 pessoas foram afetadas diretamente pelas cheias.

    A situação mais crítica é a de Porto Velho, onde o rio Madeira atingiu prédios públicos, como o Tribunal Regional Eleitoral, a Justiça Eleitoral e o complexo turístico da estrada de ferro Madeira Mamoré. Todos estão interditados.

    Quatro bairros da capital rondoniense estão parcialmente debaixo d'água. A Defesa Civil removeu para abrigos públicos 272 famílias que moravam nesses locais.

    Laís Taiane do Nascimento é uma das vítimas da cheia. A casa onde morava, no bairro Nacional, setor norte, ficou com água na altura da janela. Ela e os quatro filhos estão abrigados em uma escola.

    "Da noite para o dia a água subiu e expulsou a gente. Não quero voltar para lá porque sei que no próximo ano isso vai acontecer de novo. Queria que me dessem uma casa do governo", disse a mulher, que está inscrita em um programa de habitação popular.

    Na sexta-feira, um grupo de 32 famílias do bairro Mocambo invadiu um condomínio da prefeitura, cujas obras estão paradas a cinco anos. Os invasores alegaram que não receberam o apoio da Defesa Civil.

    O coordenador estadual da Defesa Civil em Rondônia, coronel Lioberto Caetano, disse que o trabalho de apoio às vitimas está chegando a todas as regiões atingidas e que neste momento as equipes trabalham na montagem das bases operacionais que estão sendo instaladas em Guajará Mirim (a 330 km de Porto Velho), na capital e no distrito de São Carlos, uma comunidade ribeirinha distante duas horas de barco de Porto Velho.

    "Hoje o rio chegou ao nível crítico, o que nós já esperávamos, mas não desejávamos. Estamos atuando com 160 homens do Exército, Corpo de Bombeiros e do Estado para atender toda a demanda. A prioridade agora é salvar vidas", disse.

    Nas duas cidades isoladas, Guajará e Nova Mamoré, o acesso só é possível por via aérea. Em uma semana, a Defesa Civil removeu 33 pessoas que precisam de atendimento médico urgente, utilizando um helicóptero da Aeronáutica.

    No sábado, o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, esteve em Porto Velho para avaliar a situação. Junto com o governador Confúcio Moura (PMDB) e uma equipe da Defesa Civil nacional ele sobrevoou as áreas alagadas e anunciou a liberação de recursos em caráter de urgência para o Estado.

    O montante será definido esta semana, depois que o governo estadual entregar um relatório sobre a situação ao governo federal.

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