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    Rio de Janeiro

    Promotoria denuncia jovens que lançaram rojão contra cinegrafista

    DIANA BRITO
    DO RIO

    17/02/2014 16h29

    A promotora Vera Regina de Almeida, da 8ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público Estadual do Rio, denunciou à Justiça na tarde desta segunda-feira (17) os dois jovens detidos pela morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade, 49, durante manifestação, no último dia 6.

    Caio Silva de Souza, 22, e Fábio Raposo Barbosa, 22, foram denunciados por homicídio triplamente qualificado –por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e emprego de explosivo – e pelo crime autônomo de explosão.

    Se condenados, eles podem pegar até 30 anos de prisão. A denúncia deve ser distribuída em um dos júris do Tribunal de Justiça do Rio. Na sexta-feira (14), o delegado Maurício Luciano Almeida, da 17ª DP (São Cristóvão), pediu à Justiça que as prisões dos rapazes sejam convertidas de temporária em preventivas. A prisão preventiva tem tempo indeterminado. Já a temporária, a que ambos estão submetidos, tem duração de 30 dias.

    Carlos Moraes/Agência O Dia/Daniel Marenco/Folhapress
    Fábio Raposo Barbosa, 22, Caio Silva de Souza, 23, suspeitos de acender e lançar o rojão que atingiu cinegrafista da Band
    Fábio Raposo , 22, Caio Silva de Souza, 23, suspeitos de lançar o rojão que atingiu cinegrafista da Band

    Ainda no final da semana passada, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende os jovens, disse que entraria com uma ação na Justiça para pedir a anulação do inquérito alegando que Caio Souza foi coagido a depor à polícia na cadeia.

    Souza prestou seu primeiro depoimento na madrugada de quinta (13). Segundo a polícia, ele pediu para depor. Após visitar o manifestante, na tarde de sexta, o advogado disse que ele negou ter pedido para chamar os policiais.

    "Ao contrário, ele estava muito assustado. Foi surpreendido com a chegada de pelo menos seis policiais [no presídio]. Foi coagido psicologicamente a falar na calada da noite, de madrugada".

    O advogado disse que irá pedir a anulação de todo o inquérito que investiga a morte do cinegrafista sob o argumento de que houve coação. Afirmou que pedirá um habeas corpus para seu cliente e investigação da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

    No depoimento, Souza disse que "partidos que levam bandeiras [...] pagam os manifestantes' e afirmou já ter visto 'bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos protestos dos quais já participou. Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.

    O manifestante disse, no entanto, não saber detalhes sobre a fonte de pagamento, nem deixou claro se em algum momento recebeu dinheiro por sua participação nos protestos.

    O rapaz diz ainda que pessoas distribuem pedras e apetrechos a manifestantes.

    Souza apontou o tatuador Fábio Raposo como o responsável por acender o rojão que matou o cinegrafista. Em entrevista à TV Globo logo após a prisão, ele disse que Raposo tinha lhe entregue o rojão e que ele o acendera.

    Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida, o preso quis falar e o pedido de anulação não seria legal."É uma impropriedade técnica dele [advogado]. Ele [Souza] não foi pressionado. Manifestou vontade de falar. Talvez ele tenha querido falar longe do advogado".

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