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    Prefeitura de SP corta 12 árvores de parque tombado na zona sul

    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    18/02/2014 03h30

    Doze árvores -entre elas uma palmeira-leque com cerca de 30 metros e mais de 60 anos - foram derrubadas pela Prefeitura de São Paulo no parque da Independência, no Ipiranga, sem autorização.

    A área verde, anexa ao famoso museu do Ipiranga, é tombada como patrimônio histórico. Por isso, qualquer intervenção, mesmo a poda ou o corte de árvores, precisa de permissão do órgão estadual responsável pela preservação do local, o Condephaat, que diz não ter sido consultado.

    As árvores foram cortadas nas últimas semanas pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Onze ainda devem ser derrubadas, segundo o despacho da pasta publicado no "Diário Oficial". Há ainda outras árvores a serem podadas ou transferidas de local.

    A administração do complexo é dividida entre a prefeitura, que cuida do parque, e a USP, responsável pelo museu. Há ainda um conselho gestor, formado por seis moradores do bairro na zona sul.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Tombado, parque Independência tem árvores cortadas
    Tombado, parque Independência tem árvores cortadas

    A secretaria argumenta que todas as 23 árvores corriam risco de cair e que 21 delas eram jovens e de pequeno porte. O corte, diz a pasta, visa garantir a segurança de funcionários e frequentadores.

    Algumas das 12 derrubadas estavam no entorno de um transformador elétrico com fios à mostra. A secretaria prevê que uma clareira de 12 metros seja aberta ao redor do equipamento.

    A palmeira-leque cortada ficava bem em frente à sede do museu, fechado para reformas desde 2013.

    Outro exemplar dessa espécie, com 89 anos, só não foi derrubado na terça passada porque um membro do conselho gestor se pôs à frente dela.

    "Falei que não iam cortar e pronto", afirma Celso Henriques de Paula, 58.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Após discussões, um funcionário do parque ligou para o Condephaat e descobriu que o órgão não havia sido consultado pela prefeitura. O conselho de patrimônio diz que vai enviar um técnico para avaliar as medidas da gestão Fernando Haddad (PT).

    A secretaria afirma que as ações estão previstas "no escopo do contrato de manejo e são executadas considerando vegetação e o local onde [a árvore] está plantada".

    A pasta diz que, como corriam risco de cair e ferir frequentadores, as árvores podem ser removidas em caráter emergencial sem a aprovação do Condephaat. Além disso, afirma que solicitou 125 mudas para plantio no parque.

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