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    Alto índice de roubo no Guarujá ocorre por conta do aumento de turistas, diz polícia

    DE SÃO PAULO

    19/02/2014 12h00

    O delegado-seccional Aldo Galeano Júnior, responsável pela Baixada Santista, atribui o alto índice de roubos em Guarujá ao aumento da população no verão e nos finais de semana.

    Ele afirma, a partir de dados das rodovias Anchieta e Imigrantes, que a cidade de 307 mil residentes recebe cerca de um milhão de visitantes nas férias e 230 mil nos finais de semana. "Isso fura qualquer estatística", diz.

    Oficialmente, a Secretaria da Segurança Pública considera que a taxa de roubos por cem mil habitantes de Guarujá é de 693, pois inclui no cálculo uma projeção da população flutuante.

    Outro fator que dificulta o combate aos roubos, segundo Galeano Júnior, é a geografia. "O Guarujá é parecido com o Rio. Tem seis ou sete quadras com alto poder aquisitivo e o resto é morro."

    Isso explica, segundo ele, o grande número de assaltos na avenida Tancredo Neves.

    "É a maior moleza roubar lá. Colocamos viaturas em pontos estratégicos, mas tem favela dos dois lados, onde a PM não entra nem de moto."

    O delegado diz que foram instaladas câmeras que já estão ajudando a reduzir os crimes no local.

    Outro ponto com alta incidência de assaltos é a praia da Enseada. O delegado diz que os casos mais comuns são transeuntes que têm a carteira ou celular roubados por criminosos que, de moto ou bicicleta, se escondem nas favelas em poucos minutos.

    DE VAN

    Galeano Júnior diz que a queda do valor dos aluguéis em Guarujá, na comparação ao auge da cidade entre os anos 1980 e 1990, está atraindo mais visitantes. "No passado a diária chegava a R$ 450, hoje está em R$ 250", diz.

    O público maior em toda a Baixada Santista tem atraído também mais bandidos aos nove municípios da região, em sua visão. "Na última operação prendemos 104 pessoas que tinham mandados de prisão. Destas, 23 não tinham relação com a Baixada."

    Ele diz que o setor de inteligência da Polícia Civil também identificou um novo fenômeno: criminosos que descem a serra de van e cometem assaltos em série.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Enquanto o bandido local faz um roubo, o que vem de fora faz seis ou sete em um dia. Ele rouba um carro em Santos e deixa na Praia Grande, ali faz outro assalto e assim por diante."

    O delegado diz que a polícia já apreendeu 40 vans que tinham dispositivo de pedágio eletrônico ligado a cartões de crédito falsos.

    Ele aponta que a partir de março haverá a integração das câmeras de vigilância de todos os municípios da Baixada. Com leitor automático de placas, elas vão indicar quando um carro roubado numa cidade ir para outra.

    "A grande pedra no nosso sapato é o roubo. Tenho todos os boletins de ocorrências na minha mesa, leio todo dia. Estamos combatendo e já identificamos uma curva decrescente", diz.

    DIADEMA

    O delegado Rogério Figueiredo, da seccional de Diadema, atribui os altos índices de roubos de veículos ao crescimento da frota e ao fato de a cidade receber visitantes e trabalhadores de outros locais, por ser polo industrial.

    Ele afirma que 43% dos veículos levados em roubos e furtos são recuperados. Muitos deles, diz, são deixados na rua após os ladrões os usarem para ir a bailes funk.

    As polícias Civil e Militar têm combatido esse tipo de crime com monitoramento dos "pancadões" e rondas nos locais onde ocorrem mais roubos, sobretudo no centro.

    Segundo Figueiredo, apesar de o número de crimes ter crescido 46% em 2013, ele vem caindo nos últimos meses. "Se não houvesse operações conjuntas [das polícias], esse aumento seria maior."

    Responsável pela Polícia Civil na região de Limeira, cidade em que há muitos furtos de veículos, o delegado Ely Faria afirma que a polícia tem feito "fiscalização sistemática no comércio de peças usadas" e tem prendido quadrilhas especializadas.

    "Tem esse pico [de furtos], mas, por outro lado, temos recuperação de 75% dos veículos", diz o delegado.

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