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    PM vai utilizar 'Tropa do Braço' em protesto pela primeira vez neste sábado

    CÉSAR ROSATI
    DE SÃO PAULO

    21/02/2014 12h28

    A Polícia Militar de São Paulo prometeu utilizar neste sábado pela primeira vez em manifestações a "Tropa do Braço", conforme antecipou reportagem da Folha. Amanhã, no final da tarde, deve acontecer um protesto contra a Copa do Mundo no centro da capital.

    A ideia do comando da polícia é identificar possíveis vândalos infiltrados no ato e retirá-los como forma de manter a ordem na manifestação. São homens que foram treinados há três meses que têm habilidades de artes marciais.

    Segundo o capitão Emerson Massera, porta-voz da PM, esta é uma estratégia menos agressiva. "A ideia é de que já seja utilizada [a tropa] amanhã até para agir de maneira bastante pontual e utilizar recursos, na medida do possível, menos agressivos", afirmou o oficial.

    De acordo com Massera, a força será usada de maneira proporcional. "Conforme aumenta o potencial de agressão aumentaremos o potencial de reação", disse.

    O capitão ainda garantiu que todos os policiais serão obrigados a utilizar identificação. Aqueles que forem flagrados sem a identificação serão punidos.

    "O policial é obrigado a utilizar a identificação, nos vamos exigir. Iremos fiscalizar e se alguém, eventualmente, flagrar algum policial sem identificação, que nos traga ao conhecimento que isso será prontamente apurado", garantiu Massera.

    ARMAS DOS PROTESTOS

    Nesta sexta feira também foi demonstrado o potencial de destruição do artefato incendiário apreendido com Fabrício Proteus Chaves. Ele foi o manifestante que reagiu a uma abordagem da PM e acabou sendo baleado por policiais na região central de São Paulo, após um protesto no final do mês passado.

    A demonstração foi feira pelo GATE (esquadrão antibombas da PM) na academia de policia do Barro Branco, na zona norte da cidade.

    O material, que foi ativado pelos policiais, produz uma chama intensa e é feito com substâncias controladas. "A queima que foi feita aqui foi uma queima bem menor do que a quantidade encontrada que foi uma lata inteira de cerveja", disse o comandante do GATE, Ricardo Folkis.

    Segundo ele, este material se aceso embaixo de um carro, por exemplo, pode causar uma tragédia. A Folha apurou que Fabrício deve ser indiciado dentro do estatuto do Desarmamento. O inquérito ainda não foi concluído pela polícia civil que ainda não divulgou quando pretende denunciar o manifestante.

    Foram demonstrados também o rojão que matou um cinegrafista da TV Bandeirantes no Rio de Janeiro, além de explosivos utilizados por criminosos para explodir caixas eletrônicos.

    LINCHAMENTO

    O defensor público Carlos Weis, que defende Chaves, disse que a polícia está criando novos fatos sem dar direito de defesa ao acusado. "O que estão fazendo é um linchamento público de uma pessoa que levou dois tiros", disse.

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