Um vídeo divulgado na internet mostra tropa da PM cercando pessoas que se manifestavam no último sábado (22) contra a Copa e por melhorias na saúde, educação e transporte, em São Paulo.
Manifestantes e membros dos advogados ativistas (que defendem as pessoas detidas pela polícia em protestos) acusam a PM de ter cercado e detido pessoas indiscriminadamente.
Dos cerca de 1.500 participantes do protesto, mais de 200 foram detidos. No total foram disponibilizados pela PM, 2.300 policiais para atuar no protesto. Entre eles integrantes da chamada "tropa do braço", com habilidades em artes marciais.
A reportagem acompanhou o evento que seguiu da praça da República, na região central, em direção ao Teatro Municipal, pela rua Coronel Xavier de Toledo. Próximo à ladeira da Memória, estalidos de bombas foram ouvidos. Parte das pessoas desceu as escadas da ladeira para se refugiar.
Enquanto isso, ainda na Xavier de Toledo, a polícia cercou uma parte dos manifestantes. Ao todo, 262 pessoas foram detidas e levadas para delegacias dos Jardins e da região central. Eles foram liberados entre a madrugada e a manhã de ontem (23).
De dentro do cerco, manifestantes escolhidos pelos policiais eram levados, um a um, para averiguação. Segundo um dos PMs, foram achados um coquetel molotov e bolas de gude em uma das mochilas.
O repórter da Folha Reynaldo Turollo Jr. estava no grupo cercado e também foi alvo dos policiais. Ele levou uma "gravata" (chave de braço) de um PM, foi arrastado para fora do cerco e jogado ao chão depois que se identificou como jornalista e começou a filmar com um celular.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) lamentou a agressão sofrida pelo repórter da Folha.
Jornalistas de outros veículos também foram agredidos. Um repórter fotográfico de um site disse que seu equipamento foi danificado por um policial.
Este foi o primeiro protesto que contou com a participação da "tropa do braço" da Polícia Militar -grupo com conhecimento de artes marciais que vai ao protesto sem armas de fogo com a função de separar da multidão pessoas suspeitas.