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    Frota de ônibus da cidade de São Paulo é a mais velha em 8 anos

    ANDRÉ MONTEIRO
    DE SÃO PAULO

    26/02/2014 03h00

    A frota de ônibus do transporte público de São Paulo atingiu a maior média de idade dos últimos oito anos.

    Segundo a SPTrans, empresa da prefeitura responsável pelo transporte, os 8.760 veículos do sistema estrutural (que liga os bairros ao centro) hoje têm média de idade de 5 anos e 8 meses, maior número desde 2006, quando era de 5 anos e 11 meses.

    Até o dia 15, o cadastro municipal registrava 542 ônibus –6% dessa frota– que já passaram do limite de dez anos de fabricação e, pelo contrato com a prefeitura, não poderiam mais circular.

    Outros 210 veículos do sistema local (que rodam entre os bairros), ou 3% do total, também passaram da idade máxima.

    A Folha flagrou um desses veículos circulando e os próprios empresários de ônibus admitem que eles continuam em operação.

    A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) diz que as empresas que descumprem a regra são multadas.

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Frota de ônibus da cidade de São Paulo é a mais velha em 8 anos
    Frota de ônibus da cidade de São Paulo é a mais velha em 8 anos

    Segundo especialistas, a idade dos ônibus tem impacto no conforto dos passageiros e aumenta a probabilidade de interrupção do serviço devido a falhas nos veículos.

    O tempo de fabricação também aumenta os custos operacionais, já que veículos antigos consomem mais combustível e exigem mais manutenção e troca de peças. Em média, um ônibus roda 75 mil km por ano em São Paulo.

    O principal motivo que freou a renovação da frota foi a suspensão da nova licitação do transporte.

    As empresas dizem que não estão investindo porque não sabem por quanto tempo continuarão operando. Os contratos com a prefeitura venceram no ano passado.

    A gestão petista chegou a abrir uma licitação, mas a adiou por causa dos protestos de junho. Foram assinados contratos emergenciais por um ano, até julho.

    Mas Haddad não irá lançar um novo edital antes de ser concluída uma extensa auditoria sobre os custos do sistema, o que acaba de começar.

    O trabalho será feito pela consultoria Ernst & Young, contratada por R$ 4 milhões. Pelo contrato, são 12 meses, mas a prefeitura pressiona para que os resultados sejam entregues em seis meses.

    Técnicos da prefeitura consideram que não será possível fazer a concorrência neste ano e com isso será preciso assinar novos contratos emergenciais com as viações, mas o prazo é incerto.

    editoria de arte/folhapress

    As empresas também temem renovar os ônibus –que podem custar até R$ 1 milhão– por causa de incertezas que pairam sobre as finanças do sistema.

    Esses investimentos são incluídos no cálculo da remuneração das empresas pela prefeitura, que já terá que arcar com subsídios da ordem de R$ 1,6 bilhão devido ao congelamento da tarifa e ao bilhete único mensal.

    Haddad esperava usar parte da receita do aumento do IPTU para cobrir a conta do transporte, mas o aumento foi barrado na Justiça.

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